tag:blogger.com,1999:blog-57955115091150308742024-03-14T03:59:45.801+00:00CHINFRINEIRA INFERNALmind the threefold law you should, three times bad and three times goodUnknownnoreply@blogger.comBlogger154125tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-28737456218427515972021-09-12T12:09:00.000+01:002021-09-12T12:09:19.059+01:00A minha folha em branco<p> A minha folha em branco não é de papel,</p><p>mas de descrença e desalento.</p><p>Sou a criança que ficou em segundo lugar</p><p>e nunca chegou a apreciar</p><p>a futilidade do resultado.</p><p>A emoção do jogo, a entrega àquele momento</p><p>empalidecem ainda perante o portento </p><p>da classificação.</p><p>Marcado a ferro ardente na memória</p><p>fica o medo, a vergonha, a aflição;</p><p>não tanto dos outros, mas do espelho</p><p>que devolve a certeza da próxima desilusão.</p><p>A minha folha em branco é cortante e afiada,</p><p>exige tudo e não dá nada,</p><p> e a minha alma, amachucada,</p><p>guarda no silêncio ou no anonimato</p><p>estes arriscados exercícios de ser.</p><p>Ser sem apreciação, sem mérito ou exclusão,</p><p>ser em pleno e pleno de confiança</p><p>esse estranho privilégio... dos loucos </p><p>ou dos que tiveram mais colo em criança.</p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-7156183496339199972015-10-01T12:10:00.001+01:002015-10-01T12:17:08.470+01:00Votar contra a coligação? A verdadeira questão.<div style="text-align: justify;">
A escassos dias das eleições, penso que as pessoas devem colocar-se uma questão, que não tem passado pela comunicação social (os motivos desta ausência também vale a pena discutir, mas não hoje). É uma questão um bocadinho mais profunda do que aquela sobre as contas, quem chamou a Troika ou que pizza Sócrates encomendou. Diz respeito a todo o modelo de sociedade em que vivemos. Pois (muita gente ignora mas) é ele que está em causa, em cada momento de eleições.</div>
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Portanto, importa perguntar: acreditamos no sistema socioeconómico tal como ele hoje funciona? Sim ou não?</div>
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Sim,</div>
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acreditamos estar certo que o dinheiro que existe no mundo seja emprestado a juros aos países, para pagar os juros de empréstimos anteriores. Porque isso é um negócio (dos bancos) e os negócios devem fazer-se sempre em liberdade. Acreditamos que é esse o caminho porque os países do séc. XXI funcionam assim, todos têm uma conta corrente de dívida, que se vai pagando. São assim as leis do mercado e o mercado tem de funcionar. Acreditamos ainda que, se as pessoas trabalharem, pagarem os seus impostos e viverem uma vida relativamente modesta, permitirão ao Estado o pagamento de parte dessas dívidas, garantindo assim a credibilidade suficiente para contrair outras. Disto resultará o meu sucesso pessoal e o do país, pois é assim que as coisas vão avançando de forma estável e continuam sempre mais ou menos na mesma. Acreditamos que o esforço de cada um, o talento e o mérito, independentemente de se vir de um berço de ouro ou de um bairro problemático (esses só têm é de se esforçar mais), é suficiente para que todos os cidadãos possam dar a volta à sua vida, não passar dificuldades e até atingir lugares de topo. Por isso, o Estado deve passar o mais possível as rédeas aos privados e intervir o mínimo na economia, e em consequência, na vida das pessoas.</div>
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Não,</div>
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não acreditamos nisso da meritocracia, pois sabemos que as pessoas que "nascem em bairros problemáticos" <a href="http://www.ted.com/talks/richard_wilkinson?language=en#t-367282" target="_blank">têm 1 hipótese em 100 de subir na pirâmide social</a>. Não acreditamos que o modelo da "dívida eterna" seja viável, porque enquanto os países estiverem presos a ela, não vão conseguir crescer nem terão a possibilidade de gerar melhores condições para os cidadãos. Acreditamos que o nosso dinheiro pode ser canalizado, não para o negócio da dívida, mas para a produção - de coisas que podem ser vendidas, de ideias que podem ser exportadas - e para a melhoria das condições de vida no país. Acreditamos que há alternativas a este modelo económico, que a dívida pode ser negociada (sem necessariamente se sair do Euro ou da UE) e que pode estancada. Como? A dívida pode ser paga sem pesar nas contas das famílias, porque o dinheiro pode ser cobrado aos mais ricos, sejam eles particulares ou empresas. Acreditamos num novo caminho, em que a riqueza dos cidadãos que compõem um país é distribuída de forma mais justa, cobrando mais impostos e mais taxas, não a todos de forma indiscriminada, mas a quem tem muito mais dinheiro. Só assim aumentamos as hipóteses de todos os cidadãos, em pé de igualdade, poderem explorar o seu potencial, alcançar mais e ter uma hipótese real de construir o seu sucesso e o do país.</div>
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A esta questão estão ligadas muitas outras, sobre os direitos e deveres das pessoas e sobre o âmbito de atuação do Estado. Mas acho que a questão fundamental é esta. Concordam ou não concordam com o sacrifício das condições de vida desta geração (e das próximas) a bem do pagamento da dívida e da manutenção do sistema económico tal como está?</div>
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Quem vai votar na coligação deve ter noção daquilo em que vai votar. Das consequências para si, mas também para os seus irmãos. Ponham a mão na consciência e lembrem-se que rezar umas avé-marias antes de adormecer não alimenta as pessoas que o vosso voto vai condenar. Ou, se isso for algo que nem vos preocupa, pensem ao menos que a qualquer momento o jogo pode virar e podem ser vocês ou os vossos filhos a estar nessa posição.</div>
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Quem vai votar na Esquerda (a verdadeira esquerda ou aquela que tem uns deputados de esquerda e outros que só querem manter o tachinho) ao menos não tem medo da mudança. Mais, sabe que a mudança <b>é urgente</b>, para curar uma sociedade que está doente, uma sociedade em que os que tiveram menos sorte na vida colhem as migalhas dos que se banqueteiam de forma imoral nos lucros não taxados dos negócios que herdaram no seu berço de ouro. Isto tem de acabar.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-28215222744861772422015-08-03T13:43:00.000+01:002015-08-03T13:52:25.554+01:00O casamento do ano<br />
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Portugal assistiu ontem ao casamento do ano. Foram gastos 500 mil euros para celebrar a união de um casal que vale mais de 500 milhões. Dezenas de polícias foram contratados para garantir a segurança da ocasião, fechando ruas e condicionando a vida das pessoas. O museu Serralves foi encerrado para dar lugar à boda. Uma ilha grega foi oferecida como prenda de casamento aos noivos.</div>
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Os meios de comunicação social, de um lado jornalistas, de outro comentadores em programas de entretenimento, fizeram a cobertura do evento conforme se esperava. Nos telejornais comentou-se o aparato policial e alguma insatisfação dos moradores perante o transtorno que tudo aquilo causara. Já nos programas da manhã, completou-se o esquema: comentou-se o vestido, a festa, as personalidades, mas, mais importante que tudo isso, amestraram-se as massas. Sobre a exuberância da festa disse-se que Jorge Mendes «é um homem rico e trabalhou para isso, tem o direito de fazer o casamento que quiser». E sobre as queixas relativas ao aparato policial, ou sobre as opiniões mais críticas sobre essa mesma exuberância, disse-se «a inveja é uma coisa muito feia».</div>
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Vale a pena perder dois minutos para pensar sobre isto. Jorge Mendes tem, de facto (e como qualquer pessoa), o direito ao casamento que mais lhe aprouver. Deve ser maravilhoso receber uma ilha, ter um vestido deslumbrante que ainda por cima serve de montra para a marca de roupa de luxo que a noiva acaba de lançar. Deve ser espetacular juntar 500 pessoas para celebrar o casamento, ainda por cima em Serralves. Nada contra, mesmo. Não fosse o facto de ser, também, um fenómeno de ostentação pura que, nos tempos que correm, é simplesmente imoral. </div>
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500 mil euros é um valor a que 99% da população Portuguesa não pode aspirar a juntar ao longo de uma vida inteira. E foi o preço de <b>um dia de festa</b>. Deixem que este pensamento amadureça uns segundos nas vossas mentes. A ilha que foi oferecida como prenda de casamento pertencia à Grécia. Pensem sobre isto. Ter uma opinião menos boa sobre o casamento, e reconhecer o que ele representa para além do conto de fadas, não é ter inveja. É ter consciência social. É saber reconhecer a injustiça e a desigualdade brutal.</div>
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Ninguém pede (muito menos eu) que Jorge Mendes tivesse reconsiderado a pompa do seu casamento, só para não esfregar na cara de 99% dos portugueses que nunca na vida poderão aspirar a algo que sequer se assemelhe àquele estilo de vida. O que vos peço é que reconheçam que este é um sintoma de uma sociedade que está profundamente doente e que regrediu séculos no espaço de uma década. O capitalismo evoluiu (e continua) no sentido de um novo feudalismo, em que os Senhores têm cada vez mais e todos os outros, da classe média (inclusive) para baixo, têm cada vez menos. </div>
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O que fazer em relação a isto? Há quem diga que a solução é nem pôr os pés nas urnas nas próximas eleições, porque "eles" são todos iguais e já nada adianta nada. Já nada adianta nada é o que os 1% querem ouvir das vossas bocas. Eu digo que está na hora de abrir os olhinhos, saber digerir o que nos é passado nos media e na internet e separar o trigo do joio, reconhecer quando nos tentam manipular. É tempo de reconhecer que o voto útil e a abstenção só nos têm mantido na mesma situação de 4 em 4 anos desde que nasci, pelo menos. </div>
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O medo da mudança tem beneficiado imenso aquele 1% da população que vive como Jorge Mendes. Se há pessoas que têm tanto, porque é que outros têm de ter tão pouco? Há partidos que se colocam essa pergunta. E não são certamente o PSD, o CDS-PP nem o PS. Está na hora de ganhar coragem e votar diferente. É tempo de perder o medo "dos outros" e de ver o serviço que têm para nos prestar.<br />
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<i>A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser a mais pobre, de maneira que a brecha da ignorância que afasta as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível para as classes inferiores. Com tal incapacidade, até os melhores elementos das classes inferiores terão pouca esperança de se separar do papel que lhes foi destinado na vida. Esta forma de escravidão é essencial para manter um certo nível de ordem social, paz e tranquilidade para as classes superiores dirigentes.</i></div>
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<i>in Silent Weapons for Quiet Wars</i></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-63687448847563915072014-07-02T18:10:00.004+01:002014-07-02T18:17:18.805+01:00indecisos anónimos<div style="text-align: justify;">
Passei os últimos 2 dias a aprender sobre <a href="http://www.ted.com/playlists/164/7_talks_on_how_we_make_choices" target="_blank">escolhas e a tomada de decisões</a>. Como indecisa inveterada, este é um tema que me interessa. Deparamo-nos com imensas escolhas ao longo da vida, umas mais importantes que outras (a sociedade de consumo assim o permite), mas o que é facto é que temos imensa "liberdade de escolha": podemos e devemos tomar decisões sobre tudo. </div>
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A primeira coisa que aprendi na minha "demanda" foi que, quando a vida nos apresenta uma escolha difícil, está na verdade a dar-nos uma oportunidade de decidir quem queremos ser. Se nos oferecem um trabalho novo e ficamos dias a pesar os prós e contras, matamos a cabeça com a dúvida sobre qual será o caminho certo, é tempo de parar. Não há um caminho certo, há apenas o caminho da nossa vida - a escolha sobre quem queremos ser. Não há respostas erradas, por isso podemos respirar de alívio. Podemos? </div>
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Seria muito bonito mas, para algumas pessoas (eu incluída), tomar decisões sobre a sua própria vida é muito complicado. Mais uns quantos vídeos e aprendi que isso pode dever-se ao facto de que o nosso Eu não é necessariamente APENAS o eu, mas incluir também as pessoas que são importantes para nós. Ou seja, quando tomamos uma decisão difícil sobre a nossa vida (e sobre quem queremos ser), alguns de nós incluem, como parte integrante do seu Eu, as suas pessoas mais próximas. O que é que os meus pais, o meu namorado, os meus amigos pensariam <i>desta </i>escolha? Logo, escolher é (para alguns, como eu) um acto inclusivo, de um Eu colectivo, o que chama a si mesmo uma série de variáveis e dificulta, ainda mais, a escolha.</div>
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Pessoas que vivem "em função" dos outros (ou têm muito em conta a opinião dos outros sobre as suas próprias escolhas) podem ser apelidadas de fracas, burras, ou mesmo "anhadas" (essa pérola da nossa sempre-evolutiva-língua). Mas na verdade podem apenas ter sido habituadas a ter um Eu inclusivo e simplesmente não conseguir tomar algumas decisões individualmente. O que me leva a perguntar: porque é que nos é exigido escolher sobre temas que não dominamos? Porque saber escolher faz parte de ser adulto. Será? Vejamos um exemplo concreto recente. E se eu tiver à minha frente umas dezenas de máscaras africanas numa feira, querer comprar uma, mas não perceber patavina daquilo? Junte-se à equação a "pressão" dos que me rodeiam, do meu Eu colectivo, e está criada a receita para o desastre. Torna-se especialmente difícil sequer <i>perceber, sentir de que máscara é que eu gosto mais</i>. O que nos leva à terceira coisa que aprendi.</div>
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Escolher perante uma grande diversidade de opções provoca necessariamente sentimentos de frustração na pessoa que escolhe. Isto porque não há apenas uma escolha acertada - todas as opções, geralmente, apresentam vantagens - pelo que, independentemente da escolha, podíamos sempre ter ficado "mais bem servidos", dependendo do valor que damos às vantagens das coisas que optámos por não escolher. E quem é o responsável pela nossa frustração? Nós próprios, porque fomos nós que, ao fazer uma escolha, deixámos as outras de fora. E agora? Não se pode escolher tudo, temos de escolher só uma ou duas, ou TRÊS (red alert!! não sabes escolher!) máscaras. Em que ficamos? Somos indecisos, fracos, pouco perspicazes. Se uma pessoa for perfeccionista então, escolher, ou tomar decisões, é um pesadelo. Não há desculpa para falhar quando tínhamos tantas opções disponíveis... e uma escolha "errada" é inteiramente da nossa responsabilidade. Logo, somos um falhanço.</div>
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A diversidade de opções e a dificuldade em lidar com as escolhas que ficam de fora leva-nos a cair na situação infeliz de NUNCA estar inteiramente satisfeito. Quando escolhemos fazer qualquer coisa, podíamos estar a usufruir das vantagens de ter escolhido outra. Isto acontece-me frequentemente. E com alguma frequência também sinto que não estou a dar 100% de mim quando fui eu que optei por fazer o que estou a fazer. No trabalho estou bem, estou aqui porque me mandam e faço o que me mandam. Mas se pudesse optar, estaria provavelmente um pouco pior. Os fins de semana são por isso, especialmente martirizantes. Se estou a ver televisão podia estar a jogar computador. Se estou a jogar computador podia estar a dar um passeio. Se como hidratos podia estar a comer salada. Se como peixe grelhado podia estar a comer hidratos, porque afinal até é fim de semana e a pessoa tem direito a relaxar. É esgotante.<br />
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-RdWmSMKBxVE/U7Q-gWe-c6I/AAAAAAAAAdY/OWnMvDR9ERc/s1600/escolhas.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-RdWmSMKBxVE/U7Q-gWe-c6I/AAAAAAAAAdY/OWnMvDR9ERc/s1600/escolhas.png" /></a></div>
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É muito difícil ser-se indeciso. Mais difícil ainda é ser-se julgado por não "saber escolher". A solução será evitar a escolha e deixar que decidam por nós? Isso será tido como um acto de enorme cobardia perante todos os que não padecem deste mal. Mas em alguns casos será, certamente, a melhor escolha. Só vos peço que a façam por mim - de bom grado abdico de algumas escolhas, mas façam-no por mim, para que não tenha de ser eu a fazer essa escolha.</div>
Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-6119581825272149682014-05-19T11:04:00.000+01:002014-05-19T11:04:33.040+01:00o conforto da lama<div style="text-align: justify;">
As eleições europeias estão aí, mas atrevo-me a dizer que a maioria das pessoas não sabe, ou não quer, votar. A perda de fé nos partidos é um sentimento generalizado, mas em vez de provocar uma reacção nas pessoas, é apenas mais uma desculpa para a inércia. Já ninguém acredita em ninguém, dizem que é tudo farinha do mesmo saco. Alternativas? Não têm. Não acreditam que já tenha chegado o momento de fazer algo. Estão à espera de que alguma coisa mude, mas não sabem bem o quê. Têm esperança de que <i>alguém </i>faça <i>qualquer coisa</i> mas, enquanto esperam, vão deixando acontecer.</div>
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Estamos perante uma epidemia de apartidários e de pessoas que não tomam posição sobre nada. Até nas coisas mais básicas são inertes - quantos portugueses ainda abastecem nas grandes gasolineiras apesar de saber que são elas que se aproveitam das oscilações no preço do petróleo para aumentar preços e nunca os voltar a descer? Quantos portugueses ainda compram no Pingo Doce apesar de ser do conhecimento público que a empresa paga parte dos seus impostos na Holanda? A resposta é sempre a mesma: «não vale a pena, vamos ser roubados por uns ou por outros». Não vale a pena. E eu pergunto: então o que <i>raio </i>é que vale a pena?</div>
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Não vale a pena ter a dignidade de ir comprar a outro lado e não ser sodomizado por um gigante económico que está a sugar o País? Não vale a pena ter a responsabilidade de ir votar e pelo menos <i>tentar </i>que vingue uma linha ideológica com a qual nos identificamos?</div>
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Não tomar posição sobre nada deve ser altamente confortável. Eu considero-o embaraçoso, mas presumo que, para quem assim é, seja confortável. Fingimos que não se passa nada, ou que tudo o que se passa não se deve a nós. Mas nada disso é verdade - as pessoas devem pensar nas consequências do deixar acontecer, porque foi precisamente por causa do "deixar acontecer" que a democracia chegou onde chegou. E em vez de esperar - pelo atentado à bomba que mate aquela cambada toda, ou pelo salvador da pátria que há de chegar e nos livrar desta escória toda, ou da revolução que alguém há de fazer e criar um sistema que nos livre desta corrupção toda - tomar posição. Sobre tudo e mais alguma coisa. Ser "cidadão" não serve apenas para receber subsídios ou para ter tema de queixume nos almoços de família aos domingos. Ser cidadão vem com responsabilidades que têm de ser cumpridas: informarmo-nos sobre o que se passa no país em termos políticos, económicos, sociais - e tomar posição.</div>
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Só essa tomada de posição é que pode garantir a defesa da democracia. Por isso eu digo: votem, assumam a vossa responsabilidade, assumam o vosso papel enquanto cidadãos, enquanto pessoas donas do vosso próprio futuro e do dos vossos filhos. E tomem posições, opinem, defendam argumentos, informem-se. No fundo, recusem ser um verme! Ou qualquer coisa mole que se arrasta nas ruas, sem ideais, sem acção, um queixume personificado, inconsequente e vazio.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-85061336557538071442014-05-13T18:17:00.001+01:002014-05-14T11:08:01.838+01:00viver na bolha<div style="text-align: justify;">
Ultimamente tenho iniciado o dia na companhia de Carne Ross e do seu <i>The Leaderless Revolution</i>, uma obra genial sobre a força que cada indivíduo tem para mudar o mundo. E dei por mim convencida de que ia mudar o mundo. Baby steps, mas ia. Um dos primeiros passinhos deu-se pouco depois de ouvir o comboio dizer a minha estação e fechar o livro. Entrei numa reunião. Ia falar-se de "mudança". </div>
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Falei sobre o que tinha lido - que a verdadeira mudança numa empresa implica a redistribuição de riqueza de forma mais justa: entre acionistas, administradores e colaboradores. Não é justo que os administradores ganhem, por mês, cinquenta vezes mais que eu e cem vezes mais do que muitos (mesmo muitos) colegas meus. E afinal, as empresas têm de perceber que, ao eternizar o sistema, matam o sistema. Os ricos não podem continuar a ser cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Ou não haverá ninguém que compre aquilo que enriquece os ricos. É tão simples. </div>
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Mas a resposta foi o medo. A minha conversa sobre "redistribuição" foi entendida como sendo sobre "expansão", quando tudo o que ser quer agora é "redução". O medo ali, palpável. A fusão entre empresas faz com que certas funções se tornem redundantes, e todos sabemos o que é que <i>isso </i>significa. </div>
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O medo, realmente, paralisa. Talvez tenha sido por isso que as minhas interlocutoras se apressaram a dispensar a ideia. A "transformação" que foram contratadas para fazer não inclui ("para já, para já"), redistribuição. Inclui bom ambiente, palmadinhas nas costas, bebidas gratuitas em fins de tarde animados, de dois em dois meses p'rai. </div>
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A língua em que Carne Ross nos escreve tem uma palavra para isso: bullshit. Mas as pessoas são assim. Vivem numa bolha. E as coisas más só acontecem aos outros, não lhes dizem respeito.</div>
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Eu acredito que (backspace, backspace, backspace) eu <i>sei </i>que podemos mudar o mundo. O estado da situação (ou a situação do Estado) deve-se ao mau funcionamento de empresas privadas e à usurpação do poder do Estado, através dos impostos, para as salvar da falência e garantir o estilo de vida dos seus administradores. </div>
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Ora, se o privado é a doença, também pode ser a cura. Foi nessa perspetiva que eu abordei as minhas interlocutoras, depois de ler os exemplos que Ross dá sobre empresas que resolveram redistribuir lucros de forma mais justa pelos colaboradores e tiveram crescimentos brutais. Acredito que quando dois ou três conselhos de administração se aperceberem de que, para continuar a ganhar, têm de parar e dar, haverá uma reação em cadeia que pode mudar a forma como se empregam pessoas. Maior riqueza gera maior consumo e os pobres de repente têm outra vez dinheiro para comprar aquilo que enriquece os ricos. </div>
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O problema já não é só político, é principalmente económico, é de gestão empresarial. Basta olharmos para a capacidade que os políticos de hoje têm para inspirar as pessoas (zero) e a facilidade com que certas <i>marcas</i> o fazem. Portanto é isso... claro que vou continuar a votar, a discutir e a denunciar certas situações junto do meu círculo mais próximo - no fundo, continuar a tentar educar-me politicamente. Mas as pessoas andam à volta com a política, como se tivessem um cubo mágico nas mãos e não conseguissem resolvê-lo por mais voltas que dessem - em quem hei de votar, são todos iguais, são corruptos, são mentirosos, põem para o bolso, etc etc... E eu acho mesmo que a resposta passa pelo Privado, pelas empresas. São elas que mandam no mundo (para já, para já...) Ignorar isto é, no fundo, o mesmo que fingir que, para transformar uma empresa doente por dentro, basta pintar as paredes e decorá-las com umas frases giras.</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-13760737112638211082014-04-02T15:19:00.001+01:002014-04-03T10:57:57.354+01:00o engano da digimortalidade<div style="text-align: justify;">
Diz-se que vivemos tempos apressados, numa espiral imensa que nos desliga uns dos outros. Os nossos círculos de amigos e familiares reduzem-se, as relações humanas escasseiam. E, num movimento inverso a essa espiral, as relações que sobrevivem adensam-se, tornando-nos dependentes, frágeis. Agarramo-nos ao que nos resta de humano. </div>
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Lugar comum: nunca estivemos tão sozinhos, mas nunca estamos sozinhos. O smartphone e o computador são janelas abertas sobre o mundo (outro lugar comum), que nos trazem a companhia virtual de amigos, conhecidos e followers. O silêncio desconfortável da espera pelo comboio pode ser anulado com um "swipe to unlock". A manhã desocupada no escritório, preenchida por likes e shares.</div>
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Não estamos sozinhos e apreciamos o conforto limpo da tecnologia. O que se perde em subtexto ganha-se na sensação de pertença e no preenchimento do Eu, na expressão da nossa individualidade. Isto gosto, isto não gosto, isto gosto tanto que tenho de partilhar. Isto sou Eu, existo em exibição ao mundo, em direto. Não vou publicar isto agora, que as pessoas estão a jantar. O meu público é meu amigo. E os meus amigos tornaram-se o meu público.</div>
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Porque encontramos tanto conforto na tecnologia? Ela, em si, não é nada. É apenas tanto quanto os conteúdos que lá veiculamos. E ao não ser nada, é tudo. Não desilude, é sempre nova, funcional, imediata, transparente, etérea. Os nossos corpos envelhecem e morrem, mas o iPhone há de ter uma nova versão, qual elixir da juventude que nos renova o espírito. E enquanto acompanharmos a evolução, adiamos a morte. Somos digimortais. Atingimos a glória, fazemos História, estamos impressos para sempre na rede e em rede. É tão fácil. Não temos de ser no mundo, basta-nos parecer, no virtual. </div>
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Petições, partilhas, assinaturas. Fazemos tão pouco que nos preenche tanto. Sou comentador, crítico de cinema, ativista. Na sanita, no sofá, ou no assento do autocarro. É fácil sentirmo-nos especiais, reivindicativos, revolucionários. </div>
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A revolução digital trouxe-nos coisas boas, este texto não pretende ser uma crítica ou um olhar nostálgico sobre o "antigamente". Mas a verdade é que a tecnologia não nos preenche, pois só pode ser aquilo que nela imprimimos. Como tal, é apenas uma distração, da Vida e do que realmente importa. Um paliativo numa sociedade que, ao ligar-se à rede, desligou-se da realidade.</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-15685581180628460152014-03-19T11:30:00.004+00:002014-03-20T15:50:02.689+00:00ao meu novo pai<div style="text-align: justify;">
As efemérides servem para nos lembrarmos <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="6b8409be-9f5b-49e6-893c-badab7b3423c" id="a1a5f76c-574c-4c71-b295-957868b79b3d">de</span> coisas <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="6b8409be-9f5b-49e6-893c-badab7b3423c" id="b0d4c8f0-7eeb-4e1b-af50-ac29b6bd31c4">importantes</span>. Há quem argumente que são inúteis porque o Natal é todos os dias, o dia da Mulher também o devia ser, tal como o dia da Árvore e por aí fora. Mas não. Não é todos os dias que nos lembramos da luta pelos direitos das Mulheres, nem de sermos especialmente amigos do próximo, nem de plantar uma árvore. É por isso que estas datas até fazem sentido, para mim. E é por isso que faz todo o sentido celebrar o dia do Pai. </div>
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Comecei o dia a lembrar-me dos meus pais. Sim, tenho dois: um biológico, que esteve comigo até aos 9 anos, e um não-biológico, que me acompanhou daí para a frente. O meu pai biológico mudou-me as fraldas, aturou-me choros, acompanhou-me durante meses de internamento no hospital, quando tive de ser operada. Ensinou-me o que é ser criança, o que é o amor entre um casal (a sua versão disso), o que é importante num ser humano e aquilo que eu <i>devia </i>aspirar a ser. Ensinou-me as primeiras palavras, gravava a minha voz de bebé em K7 (a dizer "lula" em vez de "lua" por exemplo) enquanto apontava nos livros as coisas deste Mundo. Ele dizia e eu repetia. A lua, os mamíferos, os astros, os insectos. Com o meu pai biológico convenci-me de que queria ser veterinária, bióloga ou seguir uma carreira qualquer na área das ciências. Devo-lhe a vida, os olhos castanhos, o nariz empinado... e uma nuvem melancólica que me acompanha, e de que eu até gosto.</div>
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Depois surgiu o meu pai não-biológico. Inicialmente foi mal recebido, com gafanhotos na sopa e picos de roseira postos à socapa dentro dos sapatos. Mas depois começou a ensinar-me coisas. Ensinou-me o que é o verdadeiro amor entre um casal (e a sua versão disso é tão melhor do que a que eu conhecia). Ensinou-me História, Filosofia, Política, Arte, Ética. Ensinou-me, <i>ó criatura de deus</i>, a ter princípios, a manter a coluna vertebral direita e <i>odepois</i> a não deixar que me ponham a pata em cima. Ensinou-me aquilo que é importante num ser humano e aquilo a que eu podia aspirar a ser. De repente, resolvi ser jornalista. </div>
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Não gravou vídeos com a câmara de filmar, em que eu andava, macambúzia, às voltas num ringue de patinagem. Não gravou a minha voz num leitor de K7. Mas juntos palmilhámos as ruas de Dublin <i>parecias um gafanhoto, tão magrinha que eras</i>, os dois ainda quase desconhecidos, a tornarmo-nos amigos. E todas as fotos que me tirou foram sorridentes.<span style="color: #cccccc;"> </span> </div>
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Ao meu pai não-biológico devo tudo o que tenho de bom. Pragmatismo, determinação, coragem. Foi uma presença firme, calma e positiva na minha vida. Por isso, neste dia e nesta altura em que se discute a coadopção e a importância da "família tradicional", é importante para mim dizer, ainda que seja num post altamente pessoal e lamechas, que a verdadeira família não é aquela que nos concebe - é a que nos acompanha e acarinha, seja do nosso sangue ou não. A maioria dos meus familiares são estranhos para mim. O meu novo pai não. Foi das melhores coisas que me aconteceu na vida. Conheço-o e ele conhece-me. E gostamos imenso um do outro. </div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-66709241001593696912014-03-12T18:24:00.001+00:002015-09-23T15:55:50.341+01:00Tatcher e a falácia do conservadorismo<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Neste fim de semana vi finalmente </span><a href="http://www.imdb.com/title/tt1007029/?ref_=nv_sr_1" style="text-align: justify;" target="_blank">A Dama de Ferro</a><span style="text-align: justify;">, um filme em que Meryl Streep tem (again) uma interpretação notável. Além de me deixar a pensar na solidão da velhice - uma solidão física mas também mental, já que ninguém parece compreender-nos e deixamos de falar a língua do mundo - fez-me refletir sobre o Conservadorismo como política, ou sobre a ideologia de Direita em geral. Sempre tive dificuldade em compreender como é que alguém pode pensar </span><i style="text-align: justify;">assim </i><span style="text-align: justify;">e defender </span><i style="text-align: justify;">aquelas </i><span style="text-align: justify;">ideias. O filme ajudou a clarificar isto, mas reforçou o meu assombro.</span></div>
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Pelo que percebi, Margaret Tatcher acreditava que o seu país devia sacrificar uma geração ou duas em nome do "bem maior". Havia que <b>fazer sacrifícios, cortes e aumentar impostos</b>, além de adotar políticas altamente competitivas de forma a fazer a economia crescer e o país prosperar, a longo prazo. A senhora, embora cheia de boas intenções, estava (a meu ver) completamente errada. De facto, esta visão choca com um princípio básico da condição humana: só vivemos uma vez. </div>
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Dado que só vivemos uma vez, não é possível governar um país exigindo o sacrifício de vidas ou de condições de vida da população. <b>Sim, <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="1795610d-9f60-4267-806f-825323e59f52">queremos</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="9fef2123-845d-429c-861d-345fc70d6024">todos</span> um país <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="40d4debd-b38b-4fc1-828e-84a52b60b76b">mais</span> próspero</b>, <b><span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="d72c11ca-1001-4b90-8698-bc709e2f88a5">mas</span> </b>não, <b>não <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="a6cc6175-1bb0-4cbc-b63f-3cb5933bd3a8">pode</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="e5a5d257-6b0d-4f40-a29e-f233d37e7673">ser</span> à <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="47180025-798a-475a-a2dd-933fe8f0c795">custa</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="82639b45-1683-4fb0-9250-1b26b81e2249">de</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="8194fc59-f905-49a9-a92e-d26067fa6725">que</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="7fab0d0c-a7ab-49e3-a543-ed07e8e1dfcf">fulano</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="1607df7f-56cb-4cd9-9f89-9c7cc81842e3">ou</span> sicrano (ou <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="e5daaac0-ae42-4271-8806-ced3b6ffaa96">uma</span> geração <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="d0b255a4-d408-4dbc-a4f3-0040870300be">ou</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="0b67c5e0-03a8-4e87-ac41-2cb40f381e13">outra)</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="9324f74d-bc32-4d19-983e-07174e41ccf0">vivam</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="364fa443-c92a-445e-aeca-9da978cce70f">menos</span> <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="c2451b81-85ac-4ac4-80af-78aab68b705e" id="cc2d35ee-b6a9-4278-abfc-6ff2773f4cfa">bem.</span></b> Isso é de uma injustiça abismal. Quem me diz a mim que os nossos netos merecem o meu sacrifício? Que esta geração merece menos que a próxima? Que não entramos na rota de colisão de um cometa e morremos todos entretanto? Tem de haver um equilíbrio. Governar o Presente, <b>pelas pessoas de hoje </b>ainda que com um olhinho no futuro.</div>
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Mas os governos atuais parecem só saber fazer duas coisas: ou governam sem ter o futuro em conta, num desrespeito pelo nosso Planeta que põe em causa as próximas gerações; ou governam sob o pretexto de um futuro melhor, ignorando as condições de vida atuais, de quem sofre. </div>
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No fundo, Tatcher, que se orgulhava de conhecer a realidade dos Ingleses (sabia o preço do leite e da manteiga nos supermercados), vivia na redoma da fama, do poder e do dinheiro. O único sacrifício que teve de fazer foi algo de somenos importância para ela (a vida familiar), pois na verdade nunca lhe faltou nada. Ignorou o valor fundamental da igualdade entre os seres humanos, sob o pretexto de que uma sociedade não deve ser nivelada por baixo: cada um deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para prosperar e quem não está neste barco ou não souber nadar, afoga-se. Ora quando falta a um governante algo tão básico e humano como a empatia, o resultado só pode ser a revolta generalizada e violenta. A não <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="177adf39-80ee-46ea-9a92-b38c0292af8d" id="26a8574d-51eb-4865-8879-259ec54a963a"><span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="aba51583-14dc-40eb-9fa1-b093616959bb" id="f39df19f-bde7-4b6c-9baf-20a05670e873">ser</span></span>, claro, <span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="177adf39-80ee-46ea-9a92-b38c0292af8d" id="90a89d0a-1cf2-4c9f-8c5e-5d0c7964c7df"><span class="GINGER_SOFTWARE_mark" ginger_software_uiphraseguid="aba51583-14dc-40eb-9fa1-b093616959bb" id="680793a0-1ffb-48f4-afe2-5f219d650e6e">em</span></span> Portugal.</div>
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<a href="http://www.bloglovin.com/blog/2313817/?claim=5579p32vb5q" style="text-align: start;">Seguir com o Bloglovin</a></div>
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-49717644314038624502014-03-09T16:34:00.000+00:002014-05-14T11:07:30.061+01:00Tatuagens: 5 regras básicas<div style="text-align: justify;">
A tatuagem está na moda. E com cada vez mais Portugueses a avançar para as agulhas, seria de esperar uma melhoria generalizada em termos de qualidade. Mas continuamos a ser atendidos como carne para canhão em muitos estúdios e a torcer o nariz perante algumas aberrações que vemos na rua. </div>
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Por um lado, isto deve-se aos profissionais em si: ser tatuador tornou-se extremamente apelativo, em termos de salário e de estilo de vida. Os estúdios propagam-se como cogumelos, à revelia da experiência, condições de higiene e talento de quem abre as portas. Por outro, deve-se aos próprios clientes: o desconhecimento total do "mundo da tatuagem" leva a que a esmagadora maioria tenha níveis de exigência muitíssimo baixos em relação ao que lhes é posto na pele. Simplesmente nem sabem que poderiam ter muito melhor (melhor = algo que lhes agradasse muito mais) e avançam para o estúdio mais barato ou que esteja mais perto de casa.</div>
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São raras as pessoas que hoje não "pensam em fazer uma tatuagem". Todos têm uma ideia, ou várias, mas não sabem o sítio do corpo onde a encaixar; ou sabem que gostavam de ter qualquer coisa (na nuca, no fundo das costas, talvez uma frase nas costelas), mas não sabem bem o quê. Para os que realmente decidirem levar a ideia por diante, depois de meses (ou anos) de ponderada consideração (espero), aqui ficam as minhas 5 regras básicas, antes de partir para a ação:</div>
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<b>1 - Escolher um estilo.</b> Atrevo-me a dizer que a maioria das pessoas desconhece que existem vários estilos na arte da Tatuagem. Pensam que "um dragão nas costas" é informação suficiente para qualquer tatuador chegar a algo que os satisfaça plenamente. Acontece que um dragão (ou outra coisa) pode ser desenhado de mil formas diferentes, pelo que convém ao cliente perceber o estilo que pretende: quer um dragão realista? Uma coisa mais "dark" ou mais para o "cartoon"? Tribal? Old School? Japonês? Neo Tradicional? Pois. Mesmo que não se conheçam os estilos pelo nome, é obrigatório ver o trabalho de vários tatuadores e perceber que estilo de desenho e cores gostam mais. Comprem o <a href="https://www.facebook.com/pages/Anuario-TattooPiercing/192047030832218" target="_blank">Anuário Tattoo & Piercing</a> deste ano ou dos anteriores (uma revista à venda nas papelarias) e percebam, sintam, o que gostam mais. E é para toda a vida...</div>
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<b>2 - Escolher um tatuador.</b> Depois de se optar por um estilo, vamos à procura do <i>melhor artista dentro desse estilo</i>. Não vamos tatuar com o Zé Manel Old School se queremos um dragão japonês. Isto leva-nos a um ponto interessante. A diferença entre um artista e um copista. Há bons desenhadores que não tatuam muito bem. E há tatuadores experientes com técnicas espetaculares, mas que não desenham nada de raiz, só copiam as fotografias que lhes levamos da Internet! E depois há aquelas pérolas raras: o artista que desenha uma peça única, pensada especialmente para cada cliente, e depois a tatua na perfeição. Se o que querem é algo específico e concreto (uma Betty Boop, um Bugs Bunny, o símbolo do vosso clube, etc), escolham um bom copista. Se querem tatuar "um conceito", uma ideia que pode ser transmitida de várias formas, escolham um artista (lá está, dentro do estilo que previamente escolheram para a peça). Como perceber isto? Perguntem a cada tatuador qual é a sua forma de trabalhar. É "traz-me o desenho" ou "fala-me sobre a tua ideia"? E se não vos agradar, fujam. Trust me, já tive arrependimentos nesse campo e paguei sempre balúrdios pelas minhas tatuagens. A reter: <b>não tatuem nada sem ter na mão o rascunho completo</b>. Isto aplica-se a todas as tatuagens, das mais simples às mais complexas (mesmo uma manga, ou as costas todas, ou algo em que vos digam "vamos vendo conforme formos avançando"). Não. Vejam o resultado final (ou pelo menos aproximado) todo, antes de começar. Já caí nesse erro. Outra: <b>as agulhas são abertas à vossa frente. </b>Alguma coisa caiu ao chão (sejam agulhas ou outras partes lá das maquinetas deles)? Manda fora e abram uma nova. O estúdio tem mau aspecto? Há crianças na zona de trabalho? Há animais? Os acidentes acontecem. Fujam.</div>
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<b>3 - Pensar bem no sítio do corpo a tatuar.</b> A tatuagem deve complementar e enaltecer uma zona do corpo. Não deve ser um mamarracho que distorça as nossas linhas naturais quando a vemos. Por exemplo, tatuar uma flor enorme e cor-de-laranja no peito esquerdo? Má ideia. Vai parecer um crachá. Optem por formas que encaixem bem na zona do corpo, por simetrias, ou pelo menos tenham em conta regras básicas de harmonia. Atenção também ao tamanho das peças. É impossível pedir algo super detalhado numa zona pequena: vai acabar por transformar-se num borrão. Mais uma vez, observem o tatuador. Se for bom, vai aconselhar-vos nesse sentido. Se só quiser fazer dinheiro, diz que vos tatua a família inteira na nuca. Fujam. </div>
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<b>4 - Saber quanto custa.</b> Há tatuadores caros, baratos, e depois há aqueles que não vos dizem quanto vai custar. Principalmente se for uma peça grande, feita em várias sessões, exijam saber o valor máximo que pode atingir, antes de começar. Isto pode parecer básico, mas falar de dinheiro é sempre desagradável, ainda por cima quando se trata de uma coisa tão "espiritual" (para alguns) como é fazer uma tatuagem. Por isso é fundamental definir, pelo menos, um teto máximo para o preço, independentemente do número de sessões que venham a ser necessárias. Se o tatuador não vos "souber" dizer, fujam. Ou exijam. Se pagam, têm o direito a saber quanto, com antecedência.</div>
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<b>5 - Conhecer os requisitos físicos e o processo de cicatrização.</b> Newsflash: fazer tatuagens dói. É tolerável, dependendo sempre do sítio do corpo e da duração do massacre. Mas ao fim de 2 a 3 horas no máximo vai doer, e muito. O vosso corpo vai ficar tenso, poderão sentir frio, ter espasmos em sítios estranhos (a minha perna direita ganha vida própria quando estou a tatuar os braços) e estão a perder sangue, por isso podem em até cair para o lado. Falem com o tatuador durante o processo, avisem se estiverem zonzos, cansados ou com fome! É fundamental comer bem antes (não estou a dizer para se empanturrarem), fazer intervalos para comer e beber, e comer bem depois. E dormir, muito. O processo de cicatrização é chato, incómodo e mesmo doloroso nos primeiros dias. É obrigatório seguir as instruções do tatuador. Ele diz-vos que isso "tanto faz"? Fujam. Ou ignorem-no e sigam esta receita simples: película aderente durante 3 a 4 dias (sim, SEMPRE, mudada de 12 em 12h); ao mudar, lavar a tatuagem com água fria ou morna e sabonete de glicerina (ou só com água); e pôr uma camada fina de Bepantene Plus antes de enrolar a ferida outra vez em película. Depois do período da película, aplicar Bepantene várias vezes ao dia durante mais 3 semanas.</div>
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E é isto. Tenho a certeza de que haverá muito a fazer do lado dos profissionais, mas deixo os meus dois tostões aos que estão do lado do cliente, como eu. Se tiverem pontos a acrescentar, sou toda ouvidos.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-2848944195158700392013-07-26T14:27:00.002+01:002013-07-28T21:01:35.366+01:00a mentira do instagram<div style="text-align: justify;">
Segundo <a href="http://mobile.slate.com/articles/technology/technology/2013/07/instagram_and_self_esteem_why_the_photo_sharing_network_is_even_more_depressing.html" target="_blank">este artigo</a>, um determinado tipo do uso do Facebook - nomeadamente aquele que consiste em fazer scrolls intermináveis pelos perfis dos amigos, ou sobre as suas fotografias em particular - é perigoso, já que potencia sentimentos depressivos e de solidão.</div>
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Estudos apontam para que as pessoas desenvolvam inveja e raiva em relação aos updates dos seus amigos/conhecidos e criem uma autêntica competição entre a sua própria vida e aquela que os outros optam por mostrar no Facebook.</div>
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O Instagram, sendo uma rede social que consiste apenas na publicação de fotografias, comentários e "gostos" às mesmas, é um autêntico palco de futilidades (salvo raras exceções que usam a rede para promover o seu trabalho ou afins). Assim, multiplica os efeitos nefastos por mil, já que uma imagem tem o poder de provocar sentimentos negativos muito mais intensos e rápidos do que um "status update". </div>
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O que me chamou mais a atenção neste artigo, e que tive oportunidade de confirmar nestas férias, é o desligamento da realidade que os "instagramers" se arriscam a sentir. Ou seja, uma pessoa com Instagram dedica <i>x</i> minutos da sua vida (por vezes diariamente) a tirar fotografias com o telemóvel, em várias posições e de vários ângulos. Depois, dedica <i>y</i> minutos à escolha e filtragem das fotografias que ficaram bem, do rol das que tirou. Finalmente, dedica <i>z</i> minutos à fotomanipulação da fotografia eleita, através das inúmeras aplicações gratuitas (e não só) disponíveis para o efeito. Resultado: a pessoa despendeu <i>x</i> + <i>y</i> + <i>z</i> minutos de forma a conseguir publicar <i>uma </i>fotografia no Instagram, que vai depois à avaliação dos seus pares.<br />
<br />
Acontece que essa mesma pessoa se esquece de que os outros instagramers fazem o mesmo, imaginando que as fotografias dos outros são fruto de <i>um</i> clique, <i>um</i> filtro, um <i>momento </i>perfeito.</div>
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Não é verdade. Pelo que pude observar diretamente, a vida real de pessoas que poderia considerar <i>heavy-instagramers </i>ou <i>facebookers</i>, não é (nem de perto) tão entusiasmante, preenchida ou bem sucedida como a sua galeria de fotos leva a crer. Onde se apresentam jantaradas com amigos, existe na verdade a contagem dos trocos para ver se o dinheiro chega até ao fim das férias. Onde se apresentam fotos idílicas de paisagens de praia, existem na verdade horas e horas de aborrecimento e até solidão. Onde se apresentam sorrisos apaixonados, existe na verdade uma relação fraca e sem cumplicidade nenhuma quando não se impõe a necessidade de parecer bem para a câmara. </div>
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O que passa no filtro é, claramente, uma distorção da realidade.</div>
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Agora é pensar nos efeitos que esta distorção tem sobre os seguidores/fãs e sobre a pessoa que publica em si: uma competição de momentos e de sorrisos cuja base de sustentação é mole, a rebentar de inseguranças, a precisar de validação constante.</div>
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O uso e a consulta moderada destas plataforma (uma vez por semana? de três em três dias? uma vez por mês? depende da lucidez de cada um) será com certeza inócuo para grande parte das pessoas. Mas não é difícil ser-se sugado para esta espiral e esquecer-se de um princípio básico: uma pessoa que esteja a viver momentos verdadeiramente felizes e inesquecíveis, não tem tempo nem cabeça para os pôr online. Muito menos de forma requintada, simétrica e <i>flawless,</i> como esses momentos são apresentados no Instagram.</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-25928579343407788462013-04-16T12:30:00.000+01:002013-04-16T14:25:31.164+01:00de saída<div style="text-align: justify;">
Ontem houve uma situação caricata com uma pessoa que está prestes a sair da empresa. Estava convocada para uma reunião, não apareceu e depois, quando fomos ter com ela para a contextualizar sobre o trabalho que havia a fazer (e perceber porque não tinha saído do lugar), disse que tinha tentado perceber se sempre era para ir ou não à reunião, mas como não nos tinha visto (estávamos ao fundo da sala) tinha-se deixado estar. Isto enquanto corava violentamente. E o ecrã do seu PC mostrava uma qualquer página de um jornal online. </div>
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Isto fez-me lembrar a situação do Governo. O nosso Governo comporta-se como um empregado que foi dispensado e está a cumprir os últimos dias de casa. Já não se esforça por chegar a horas e sai sempre um bocadinho mais cedo. Com uma restruturação colada a cuspo, parece que os novos ministros não sabem bem ao que vão, ainda estão a tentar assentar (e perceber porque raio aceitaram o cargo, com certeza), ficar confortáveis para começar a trabalhar. Isto debaixo de fogo intenso por parte do povo, dos comentadores e do próprio partido.</div>
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Nesta altura muitos se questionam sobre as verdadeiras vantagens da queda do Governo. É complicado quando a oposição dá sinais claros de não conseguir <i>segurar</i> nada e não haver nenhuma alternativa real à vista. Mas continuo a achar que o Governo tem de cair, por dois motivos. </div>
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Primeiro porque, independentemente do que aí venha, já perdeu toda a legitimidade para continuar. As mentiras de Passos estão gravadas num vídeo hilariante de 10 minutos no YouTube. Relvas saiu, mas tarde e com pancadinhas nas costas. Portas revelou-se um fantoche ou uma boneca de trapos. Não há uma figura neste Governo a quem se possa dizer "sim senhor". Não dão uma para a caixa.</div>
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E segundo, porque o Governo está "em tilt", ou seja, a pressão, o falatório, a insatisfação é tanta, que Gaspar e Passos avançam como uma debulhadora levando tudo à frente. Já não têm capacidade para parar, respirar e mudar de rumo. </div>
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Parece que estamos num compasso de espera. Cai, não cai, será que é desta? Não sabemos. Mas vem aí o 25 de Abril e, esperemos, nova onda de contestação nas ruas. A ver se com mais um abanão forte a coisa cede.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-54820141803843808752013-03-14T11:39:00.001+00:002013-03-14T11:53:03.504+00:00acordar de manhãEstamos a passar por uma crise económica profunda, por motivos profundamente injustos.<br />
Somos governados por <a href="http://videos.sapo.pt/t5GgVNF2f7OuWSDItqUO" target="_blank">psicopatas </a>(ou dito de uma forma que possa ser levada mais a sério, por pessoas com estruturas de personalidade psicopática).<br />
Estamos a destruir o planeta em que vivemos.<br />
Cada vez há menos bebés a nascer.<br />
O fosso entre ricos e pobres <a href="https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=QPKKQnijnsM" target="_blank">é gigantesco</a>.<br />
Um grupo pequeno de pessoas domina o mundo inteiro através de jigajogas de dinheiro e poder. Ah, e são psicopatas.<br />
Querem <a href="http://www.publico.pt/mundo/noticia/ministro-japones-diz-que-idosos-doentes-devem-morrer-rapidamente-para-o-bem-da-economia-1581680" target="_blank">matar os mais velhos</a> para poupar.<br />
Espalham-se doenças para <a href="http://www.imdb.com/title/tt0387131/?ref_=fn_al_tt_1" target="_blank">vender medicamentos</a>.<br />
Só lançam medicamentos no mercado consoante o que convém, embora provavelmente já exista cura para grande parte das doenças que nos assolam.<br />
Os governantes pertencem a sociedades secretas que mexem os cordelinhos para garantir que o dinheiro (e, consequentemente, o poder) não sai do seu círculo restrito.<br />
O 11 de Setembro foi uma <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/9/11_conspiracy_theories" target="_blank">fabricação</a>.<br />
Há pessoas a morrer de fome em África e nos EUA há pessoas que levam para casa compras no valor de mais de mil dólares de uma vez só, apenas por 20 ou 30 dólares, graças a um fenómeno chamado <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Extreme_Couponing" target="_blank">Extreme Couponing</a>.<br />
Não havia armas de destruição massiva no Iraque.<br />
Portugal tem quase <a href="http://www.publico.pt/economia/noticia/desemprego-em-portugal-e-o-terceiro-mais-elevado-da-ocde-1587471" target="_blank">1 quinto da sua população</a> desempregada.<br />
O salário mínimo em Portugal não chega a 500 euros mensais. O meu chefe ganha cerca de 60 mil euros por mês. E os futebolistas? Nem sei.<br />
O novo representante do deus católico na Terra (e consequentemente, o líder espiritual de milhões de pessoas por todo o Planeta) diz que «as mulheres são naturalmente inaptas para desempenhar cargos políticos», entre outras barbaridades próprias da Idade Média.<br />
Há um grupo de países com <a href="http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=635179&tm=7&layout=121&visual=49" target="_blank">poderio nuclear</a> suficiente para mandar o Planeta pelos ares umas centenas de vezes. O homem que controla o "botão vermelho" é, muito provavelmente, um psicopata.<br />
<br />
<br />
É isto. Acordar de manhã e ser engolido no minuto seguinte. Em Portugal, cinco pessoas põem fim à vida diariamente. I wonder why.<br />
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<br />Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-76251187447479144652013-03-06T11:44:00.003+00:002013-03-06T11:44:59.340+00:00o mandato invisível<div style="text-align: justify;">
Acho extraordinário (e exasperante) que o Presidente da República, perante a crise, o desemprego, a insatisfação, as grandoladas, o BPN, o coelho enforcado e agora uma manifestação que mobilizou um milhão e meio de Portugueses, não esboce a menor reação. Não sai de casa, não faz uma declaração ao país, não dissolve a AR (seria pedir demais), não condena, não aplaude, nada. </div>
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É um boneco de cera que já se demitiu, sem se demitir, há meses. Estará doente? Cansado? Aterrorizado? Esta é a apoteose de um mandato invisível, ainda mais que o anterior, em que Cavaco age perante os cidadãos como o bibelot do País, uma figura de madeira fria, intocável no seu recolhimento e, o que eu acho verdadeiramente gritante no meio disto tudo, completamente insensível perante o sofrimento dos que o elegeram. </div>
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A atitude de Cavaco só mostra uma coisa: nojo pelos Portugueses. Não há ali uma réstia de calor, humanidade, não há preocupação, nem mesmo pena. Não há ali nenhum sentimento que possa levá-lo a agir. Só há nojo, medo e desinteresse, há apertos de mãos ao povo lavados a desinfectante em gel na segurança do seu Mercedes.</div>
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Assim não, senhor Presidente, assim não. </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-90107595107813615182013-02-21T13:07:00.003+00:002013-02-21T14:54:32.568+00:00henrique, o raposão<div style="text-align: justify;">
A minha opinião sobre o que escreve Henrique Raposo no Expresso é, regra geral, muito negativa. Mas o que <a href="http://expresso.sapo.pt/o-fascismo-do-grandola-vila-morena=f788548" target="_blank">hoje escreveu</a> revoltou-me especialmente<span style="color: #cccccc;">, de tal forma que até me atreveria a dizer que me apetece partir-lhe a cara, mas isso seria imediatamente considerado um tique de esquerda ou coisa parecida, portanto fiquemo-nos pelo "revoltou-me especialmente"</span>.</div>
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Os portugueses estão finalmente a reagir a olhos vistos às medidas injustas que lhes têm sido impostas (com resultados zero). Reagem agora com formas de expressão mais direcionadas e "cirúrgicas" do que as manifestações gigantescas que o Governo insistiu em ignorar. O Movimento dos Indignados de Lisboa tem convocado ações específicas de protesto face a determinadas figuras do Estado, como seja a que assistimos durante a visita de Miguel Relvas ao ISCTE.</div>
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<br /></div>
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Ora coube ao senhor Henrique Raposo (e a outros tantos iluminados) classificar esta ação de protesto como uma violação da liberdade de expressão do senhor Relvas e, pior, como uma ação "fascista". </div>
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<br /></div>
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Num tom desprezível, jocoso e paternalista, Henrique Raposo fala dos «novos cantadeiros do "Grandola Vila Morena"» como «aprendizes de fascistas», criticando a «total intolerância em relação ao outro lado», quando nenhuma tolerância foi tida para com este lado; tomando por ódio, «um ódio que escorre pelos cartazes, pelos rostos, pelas vozes», aquilo que na verdade é desilusão, desesperança <span style="color: #cccccc;">ou desespero</span> e desemprego. Mistura conceitos históricos «é a marca do fascista, seja ele castanho ou vermelho» (agora é moda, esta do "fascismo vermelho") para confundir os leitores <span style="color: #cccccc;">ou talvez ele próprio acredite no conceito, coitado</span>; e exagera factos: «temos a consequência lógica das duas premissas anteriores: o culto da violência».</div>
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<br /></div>
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Henrique Raposo rotula de «extrema-esquerda» pessoas que (muitas delas sem sequer ter filiação política) se fizeram ouvir num protesto pacífico (ainda que inflamado) contra aquele que eu considero atualmente ser o maior símbolo de um Governo opressor, mentiroso e corrupto. Acusa-os de serem «fascistazinhos de vão de escada» e convida-os a continuar «a mostrar que não sabem viver em democracia, que não sabem aceitar opiniões contrárias» e «a ameaçar».</div>
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Olhe senhor Henrique Raposo, bem sei que nunca lerá este texto, mas permita-me cuspir no seu. Mete nojo o desprezo que demonstra pela situação Portuguesa, ao ponto de ter escrito, do alto do seu pedestal, contra pessoas que têm a coragem para dizer "Não" a um Governo que (embora eleito democraticamente) é uma farsa, uma mentira aos eleitores. A razão que leva o Expresso a mantê-lo no poleiro, com crónica miserável atrás de crónica miserável, muitas vezes fundamentada mal e porcamente, é para mim um mistério.</div>
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<br /></div>
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Só posso concluir o seguinte: o seu convite não cairá em saco roto. Mas permita-me uma reformulação: continuaremos, sim, a lutar pela Democracia. Continuaremos sim, a mostrar que não aceitamos (e muito menos prestamos vassalagem) a figuras viscosas como Miguel Relvas. Continuaremos a lutar para que também os seus filhos (e aí é que está a ironia da coisa) possam viver num País com futuro, sem serem convidados a emigrar. </div>
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<br /></div>
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Quanto aos estudantes do ISCTE e todos os que se têm mobilizado, em manifestações maiores ou menores, só tenho a dizer uma coisa: obrigado.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-73088773785867809012013-02-14T11:43:00.001+00:002013-02-14T11:51:27.495+00:00a ditadura da fatura<div style="text-align: justify;">
Agora quando forem ao supermercado ou à praça e se prepararem para pagar as compras, não se esqueçam de olhar discretamente à vossa volta, por entre os repolhos e folhas de alface ou outras leguminosas que sirvam o propósito da camuflagem. Olhem bem, primeiro para um lado e depois para o outro. Se o caminho estiver livre, toca a pagar como habitualmente. Se houver alguém a uma distância comprometedora, peçam fatura.</div>
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<br /></div>
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Não confiem nas velhotas que empurram as suas malas retangulares com rodinhas. Não confiem no homem que lê o jornal enquanto bebe a bica. Não confiem na peixeira que lava o chão, nem confiem no homem do talho de palito na boca.</div>
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O governo disse e está dito: desde o início deste ano, quem não exigir fatura nos estabelecimentos comerciais, está sujeito a uma multa entre os 75 e os 2000 euros. Portanto já sabem: cuidadinho.</div>
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<br /></div>
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Com esta animalidade, o governo faz de todos nós delatores, instaura uma nova espécie de PIDE, um controlo certamente inspirado no Panóptico de Foucault: não é precisa a certeza de que estamos a ser vigiados, não é preciso o polícia, o olhar inquisidor do chefe de finanças, nem do padre. Basta a suspeita, o medo, a vaga sensação de que podemos estar a ser observados, e toda a sociedade se auto-regulará em harmonia. Que belo feito, este.</div>
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<br /></div>
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Da minha parte vos digo: pelo sim pelo não, ao mínimo trejeito de dúvida por parte do comerciante quando eu mencionar o fatídico documento comprovativo, salto-lhe logo ao pescoço, que apertarei violentamente (enquanto espumo da boca e os olhos me saem das órbitas) até me faltarem as forças. Isto para que não restem dúvidas - à velhota, ao homem do jornal, à peixeira nem ao homem do talho - de que eu, de facto, exigi fatura.</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-73462951257252769402013-01-22T19:29:00.002+00:002013-01-23T16:33:50.421+00:00sair da armadilha<div style="text-align: justify;">
Ler de empreitada 80 páginas A4 num trémulo ecrã de computador era algo de inédito na minha pessoa, mas foi o que me aconteceu hoje, quando finalmente me decidi a olhar para o relatório <a href="http://auditoriacidada.info/facebook/docs/relatorio_iac.pdf" target="_blank">Conhecer a Dívida para Sair da Armadilha</a>, um documento de 130 páginas sobre a famosa "dívida pública". </div>
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Este relatório, não só está bem escrito, <span style="color: #cccccc;">apesar de algumas gralhas que a minha profissão não permite ignorar, e apesar de alguns capítulos mais técnicos (que deram luta a alguém "de letras")</span>, como explica uma série de conceitos fundamentais para que não nos deixemos levar pelo discurso dos porcos na televisão. Permitam-me a referência Orwelliana, insultuosa que seja, já que o blog é meu.</div>
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<br /></div>
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Este documento tem uma componente verdadeiramente didática, já que ensina uma série de coisas sobre Economia - de onde vem a dívida, em que consiste, há quanto tempo existe e para onde vai, qual a diferença entre a dívida e o défice e de que forma estes dois conceitos estão relacionados, etc etc. </div>
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<br /></div>
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Mas desempenha ainda uma importante função de denúncia relativamente ao estado lastimável em que se encontra o nosso país, a nível de corrupção, tráfico de influências, abusos de poder... no fundo, a enorme promiscuidade que se faz sentir entre políticos e administradores de empresas privadas, sendo o aparelho de Estado apresentado como aquilo que realmente é: um autêntico bordel, gerido com o aval do nosso sistema Judicial que, ainda que estrebuche, não tem capacidade para decapitar a besta.</div>
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<br /></div>
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Por tudo isto, tornou-se obrigatória esta referência no meu cantinho, para que vós, caríssimos e escassos leitores, não percam a verdadeira aventura que é descobrir a verdade sobre o nosso Portugal. Garanto-vos momentos de exaltação, assombro, eu diria até unhas roídas até ao sabugo e no final uma valente dor de cabeça. </div>
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<br /></div>
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Mas já que estamos num país de indignados, em que moças de Cascais que querem "'mamála" e cães assassinos preenchem o nosso prime-time, indignem-se, desafio-vos eu, com algo à séria, com algo à Homem... indignem-se <a href="http://auditoriacidada.info/facebook/docs/relatorio_iac.pdf" target="_blank">com isto</a>.</div>
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<br /></div>
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-7404798573877440572013-01-18T18:13:00.003+00:002013-01-18T18:19:12.037+00:00the gunpowder treason<div style="text-align: justify;">
Em tempo de crise a todos os níveis, sinto-me mal por ter como post mais recente uma baboseira qualquer sobre as coisas boas da vida. Mas parece-me que não há grande coisa a dizer. Já foi tudo dito, mais que uma vez. Eles continuam a não ouvir. Resta-me esperar pelo fim do mês e pela indignação generalizada, quando finalmente virmos quanto vamos passar a descontar para a cambada de proxenetas que nos governam. É esperar para ver se o povo é sereno ou se é desta que alguém rebenta com o Parlamento. Não há maior traição do que a que, em silêncio, fazemos contra nós próprios e contra o futuro. Aguardemos.</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-10321056283424684452013-01-04T23:46:00.002+00:002013-01-04T23:48:01.211+00:00coisas boas da vida #4<div style="text-align: justify;">
Com um começo de ano um bocadinho turbulento, apetece-me invocar boas energias e relembrar o que de bom me espera em 2013.</div>
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<br /></div>
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1 - Entrar no meu quarto quentinho, deitar-me debaixo dos cobertores, encostar a cabeça nas almofadas e ler antes de adormecer;</div>
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<br /></div>
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2 - Ter amigos que me apoiam como família, um namorado que <i>é</i> família e uma família que é... "le awesomeness" :)</div>
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<br /></div>
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3 - Ganhar o Euromilhões, seja o prémio mais baixo ou um maior, e sentir aquele baque no estômago ao ver os números a coincidir com a minha chave;</div>
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<br /></div>
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4 - Ver o Senhor dos Anéis pela gazilionésima vez e de repente ter uma saga inteiramente nova para acompanhar e rever obsessivamente: o Hobbit;</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5 - Ver o meu cão sorrir enquanto dorme (sim ele faz isso);</div>
<br />
6 - Ter um blogue onde posso despejar o coração sem que ninguém tenha nada com isso.<br />
<br />
Feliz Ano NovoUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-4576870119744154472012-12-28T18:41:00.001+00:002012-12-28T18:43:15.991+00:00antes de começar<div style="text-align: justify;">
O post obrigatório. 2012 foi um ano excelente para mim e péssimo para o País. Aprendi imenso e tive mesmo muita sorte ao longo de todo o ano. Estou feliz como já não era há... anos. Foi um ano de limpeza, em que tudo (curiosamente foi mesmo tudo) o que era falso ou velho ou mau ficou para trás, e só ficou o brilhante, o quentinho e o doce. Mesmo os amargos de boca não assumiram as proporções de antes, foram pedrinhas no sapato. E as que ainda cá andam acabarão por sair, transformadas em diamantes. <span style="color: white;">que me cairão nos bolsos</span><br />
<br />
O ano de 2013 está a assustar-me um bocado. Pelo País, mas também pelos efeitos que o País poderá ter em mim... e em vocês. De qualquer forma, e como sempre, tudo acabará em bem, as coisas acabam sempre por se arrumar, ir parar ao seu devido lugar. A lei da retribuição é forte e não falha, mesmo que às vezes tarde. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Para 2013 faço votos que dêem, ou continuem a dar, apenas e só aquilo que querem receber. É o que será feito deste lado também.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-71781152225689613662012-11-28T19:10:00.000+00:002012-11-28T19:10:48.442+00:00(des)ligar o cérebro<div style="text-align: justify;">
Achei <a href="http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/a-internet-mudou-a-nossa-percepcao-do-tempo-1573458" target="_blank">esta entrevista</a> muito interessante. Trata os efeitos da Internet no nosso cérebro, nomeadamente a forma como esta tecnologia veio influenciar a nossa capacidade de atenção, concentração, de aprendizagem e a nossa memória. </div>
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<br /></div>
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Segundo o entrevistado, a Internet é responsável por uma mudança de paradigma: leva-nos a distrações constantes, torna difícil a concentração profunda numa tarefa, sendo ela frequentemente interrompida por informação vinda de todos os lados (conversas ou atualizações em redes sociais, links para outros sites, etc). O tempo passado em frente ao computador é muito diferente daquele que antes passávamos a ler um livro, a pintar, a tocar um instrumento ou mesmo a ver um filme - diferente pela quantidade de interrupções que suscita, mesmo durante tarefas criativas. Ora, o ser humano treina-se e otimiza-se sempre no sentido do estilo de vida que tem, logo, é natural que as gerações futuras (e mesmo a minha já o começa a fazer) organizem a sua maneira de pensar e estar de forma diferente, tornando-se o mais eficientes possível neste novo paradigma.</div>
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<br /></div>
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O autor interroga-se sobre os efeitos nefastos que tal mudança pode ter sobre nós. O que poderá acontecer se, de repente, começarmos a contar com a Internet como fonte de informação fácil e imediata, dispensando o nosso próprio cérebro da sua função de reservatório de informação e de conhecimento? Na sua opinião, podemos mesmo perder a capacidade de fazer análises profundas da realidade, por nos faltarem memórias e conhecimentos (já que contamos com eles num reservatório que nos é exterior).</div>
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<br /></div>
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Isto é preocupante, mas deixou-me a pensar na outra possibilidade. É certo que estamos em constante mutação e esta parece-me uma evolução significativa, mas em que sentido irá ela? O que faremos nós quando de repente não tivermos de nos lembrar de nada? Tornar-nos-emos seres estúpidos? Dependentes de estímulos vindos de um ecrã? E se acontecesse exatamente o inverso? Na verdade, a tendência do ser humano é a de evoluir, não de estagnar nem de andar para trás. E se abríssemos então a nossa mente para novas experiências (sei lá, quase de ficção científica) que agora nos parecem totalmente impossíveis, como a comunicação telepática, a cura de doenças pelo poder da sugestão, e outras coisas que ainda nem me passam pela cabeça?</div>
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<br /></div>
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Como o próprio admitiu, inicialmente diabolizou a Wikipedia e agora já acha que estava enganado. E fez uma analogia entre a Internet e invenções simples como o relógio mecânico e os mapas (que vieram alterar a forma como concebíamos o Espaço e Tempo, mas não para pior). Por tudo isto eu pergunto-me: poderá a Internet dar-nos disponibilidade mental para abrir portas a uma realidade totalmente nova, desconhecida e... positiva para todos nós?</div>
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<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-43086309422967588002012-11-16T16:52:00.000+00:002012-11-16T16:53:55.791+00:00só não vê quem não quer<div style="text-align: justify;">
Umas palavras relativamente à greve de dia 14, em especial aos confrontos com a polícia em frente à Assembleia da República. Estes foram os factos que apurei, através de jornais e dos relatos de pessoas em quem confio e que presenciaram os acontecimentos:</div>
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<br />
<ul>
<li>estiveram presentes aproximadamente 5 mil manifestantes em frente à AR</li>
<li>houve um grupo de cerca de 40 pessoas que atacou e insultou as forças de segurança no local</li>
<li>o ataque deste grupo durou cerca de 2 horas</li>
<li>o grupo era constituído por adolescentes (pelo menos um com 15 anos) e adultos, aparentemente sem pertencer a nenhum grupo organizado nem ter especial orientação política</li>
<li>a polícia manteve-se firme e não agiu durante esse período de tempo, no sentido de deter os atacantes nem de impor a ordem</li>
<li>havia polícias à paisana no local, entre os manifestantes, que também não agiram nesse sentido</li>
<li>elementos do grupo de manifestantes colocaram-se entre os atacantes e a polícia, tentando interromper o lançamento de pedras, sem sucesso</li>
<li>duas horas depois, a polícia utilizou um megafone para tentar dispersar as pessoas e através do qual anunciou que ia avançar sobre os manifestantes, momentos antes de o fazer</li>
<li>a polícia avançou sobre os manifestantes, atacando pessoas indiscriminadamente</li>
<li>a polícia insultou e espancou centenas de pessoas, entre manifestantes inocentes, atiradores de pedras, idosos, pessoas que transportavam crianças e pessoas que nem estavam a manifestar-se</li>
<li>pelo menos <a href="http://www.publico.pt/Sociedade/reportagem-quem-e-que-atirou-a-primeira-pedra-1572664?p=2" target="_blank">um homem sem-abrigo foi espancado pela polícia</a>, num jardim na zona de Santos, sem que tivesse sequer estado presente na manifestação</li>
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Conclusões que se podem retirar deste cenário... a atuação da polícia não foi «exemplar» conforme a classificou (vergonhosamente) Cavaco e Passos Coelho. Longe disso. Por que motivo não foram os atacantes imediatamente imobilizados e detidos? Por que motivo a polícia deixou escalar a situação, quando poderia perfeitamente, ao longo de duas horas, ter identificado os culpados e evitar o massacre que se seguiu? A polícia teve, claramente, ordens para não agir. Se as ordens foram prévias ou ocorreram ao longo do ataque com pedras, não sei. Mas qual a importância dessas ordens e quais os seus verdadeiros motivos? </div>
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As consequências desta atuação estão à vista: o medo. Medo de nos manifestarmos livremente. E essa foi, sem sombra de dúvidas, a maior vitória deste Governo. Curioso é também o facto de tudo isto ter acontecido depois de o Governo ter anunciado, para o Orçamento de 2013, <a href="http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2883784" target="_blank">um aumento de 10%</a> para o Ministério da Administração Interna.</div>
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Posto isto, só não vê quem não quer. Resta-nos denunciar, denunciar, denunciar. Para que não haja medo. Para que continuemos a manifestar-nos, de preferência protegidos pelos órgãos de segurança a quem pagamos mensalmente, através dos nossos impostos. Não tenhamos medo, continuemos lá.</div>
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<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-32121828973378877612012-11-06T12:13:00.002+00:002012-11-06T12:13:37.576+00:00sobre a questão do dinheiro<div style="text-align: justify;">
Durante toda a vida, desde pequeninos, somos ensinados a ter sentimentos negativos em relação ao dinheiro. O dinheiro é sujo, é mau. Anda nas mãos de toda a gente, não se deve pôr na boca. Devemos até lavar as mãos depois de lhe mexer. Quem tem muito dinheiro só pode ser um aldrabão, um corrupto, uma pessoa fútil ou sovina - o Tio Patinhas é um bom exemplo (Uncle Scrooge) do que nos enfiaram olhos adentro desde que sabemos ler e fazer contas.</div>
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Por esta ordem de ideias, numa altura em que o dinheiro escasseia, faria sentido sentirmo-nos especialmente bem: seres puros, incorruptos, simples na nossa humilde e despojada existência. Mas não. Sentimo-nos mal, tristes e indignados, com laivos de uma revolta homicida que se exprime em páginas e páginas de blogues ou conversas intermináveis com outros igualmente indignados.</div>
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Temos <i>mixed feelings</i> em relação ao dinheiro. É um "nem contigo nem sem ti" permanente. Adoramos gastá-lo, mas sentimo-nos culpados a seguir. Gostaríamos de partilhá-lo, mas temos medo de o perder. Eu sinto-me especialmente vitimizada por esta forma de olhar o dinheiro, especialmente por parte da família do meu pai (acredito que a coisa me tenha ficado mesmo nos genes), que sempre viveu mal para deixar uns milhões (salvo seja) na cova.</div>
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Talvez fosse, então, de olhar a questão do dinheiro de outra forma, desde pequenino. Porque o dinheiro, efectivamente, é uma coisa fantástica. Faz-nos sentir bem, proporciona-nos boas experiências, permite-nos comprar carradas de coisas ou, quanto muito, passear pelos corredores do <i>shopping </i>sem sentir um aperto na garganta. O dinheiro deixa-nos dormir de noite. Aliás, acredito que olhar para uma conta bancária choruda com o seu nome no topo seria um calmante instantâneo para a maioria dos portugueses nesta altura.</div>
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Por tudo isto sugiro uma mudança de mentalidades. O dinheiro é amigo, nós queremos dinheiro e gostamos que todos tenham dinheiro. Os ricos não são necessariamente Tios Patinhas e não tem mal querer ser um Tio Patinhas. Sim, obviamente que o dinheiro não é tudo. Mas é bom, muito bom, ter dinheiro para gastar conforme se quiser, ser capaz de pôr algum de lado, mas gastar o que nos apeteça. Porque afinal de contas, fomos habituados a isso, ou a algo próximo disso, também desde muito pequeninos.</div>
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E é isto. Às vezes dá-me para escrever lições sobre como ensinar os filhos, embora eu não os tenha.</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-7015061969599382012-10-16T12:52:00.000+01:002012-10-16T12:52:05.166+01:00mimo<div style="text-align: justify;">
Durante muitos anos, nas manhãs de 21, a menina era acordada pela música de um livro (daqueles que tocam quando se carrega num botão ou quando se abre a página), que lhe cantava os parabéns. Acordava-se cedo nessa altura, para ver os bonecos se tivesse sorte, mas principalmente para ler e brincar no quarto ou no quintal. A 21 era diferente, acordava-se para receber presentes ainda na cama (o livro a tocar na sua voz electrónica) e depois, sim, começava mais um dia. </div>
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Havia sempre grandes festas, com muitos meninos e meninas, a fazer o pino no sofá da sala, com os primos de sempre e com os parentes distantes (não tão distantes, mas que pareciam de outro país) cheios de abraços a cheirar a velho, lenço na cabeça e cara triste. Tinham de vir, todos os anos tinham de vir, vinham de longe, muito longe para ver a menina, que não se sentia especial pelo esforço e devoção, mas antes desconfortável com isso. Até que deixaram de vir. </div>
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Cantava-se os parabéns, às vezes num bolo "de dois andares", como ela pedia. Era sempre bom, mas também um bocadinho melancólico, ela nunca soube explicar porquê. Num dos anos acordou antes da mãe e, quando viu que não ia haver livro a dar música conforme habitual, desatou num pranto. Mimo, muito mimo. A mãe lá foi, esbaforida, buscar o livro e repetiu-se o ritual, um bocadinho às três pancadas, mas cumpriu-se a tradição.</div>
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Algumas tradições são importantes. Os aniversários, por mais que digam que não, são importantes. E o mimo é importante. Entre tanta tristeza social, injustiças, revolta calada, sede de um sangue nas ruas que nunca mais vem, mentiras e desilusões... o mimo este ano é mesmo muito importante.</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5795511509115030874.post-82993638048919621122012-10-04T16:17:00.001+01:002012-10-04T16:17:13.797+01:00sobre a natureza humana e a ilusão liberal<div style="text-align: justify;">
Ainda propósito do <a href="http://chinfrineirainfernal.blogspot.pt/2012/05/o-terror-da-esquerda.html" target="_blank">terror da esquerda</a>, gostaria de esclarecer algumas mentes confusas.<br />
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Em primeiro lugar, importa dizer que não sou comunista. Estas reflexões que aqui faço não têm como objectivo alistar ninguém, até porque eu própria não pertenço a nenhum partido. São apenas reflexões, ponto.</div>
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Posto de lado aquele que seria motivo suficiente para metade de vós fechar a página, vamos ao que me interessa hoje dizer. O principal argumento contra o Comunismo assenta no facto de que a sua ideologia é demasiado utópica, pois a natureza humana não permite a sua aplicação. Somos demasiado isto ou aquilo para aceitar que "a minha enxada é na verdade a enxada do meu vizinho e, como tal, ele também a pode usar". Ou somos demasiado assim e assado para viver sem noções de propriedade privada, meritocracia, hierarquias, etc.<br />
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Concordo com tudo isto. E sempre empatizei muito com o senhor que não queria largar a sua enxada (não sei se conhecem o vídeo a que me refiro, da altura do pós 25 de Abril, em que se fizeram vãs tentativas de mostrar o Comunismo ao "Portugal profundo").</div>
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Agora, no extremo oposto temos o sistema atual. O liberalismo económico defende que os Mercados regulam tudo, não precisam da intervenção Estatal. E foi com fé nesta premissa que o Governo lançou à rua a (já posta para debaixo do tapete) TSU, acompanhada da descida da contribuição das empresas. Foi também com fé nesta premissa que o Primeiro Ministro convidou os grandes grupos a "baixar os preços" dos seus produtos. Ou seja, os Portugueses ganham pior? Não há problema porque o sistema autoregula-se: as empresas, ao receber este benefício, deverão simplesmente reduzir preços e tudo acabará em bem.<br />
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Acontece que esta fé nos Mercados é tão descabida como a fé na natureza humana, porque os Mercados são, naturalmente, movidos por pessoas. Logo, é irrealista esperar que os Mercados se autoregulem de forma justa, ou esperar que a Jerónimo Martins baixe o preço do pão a tempo de impedir que mais uma centena de famílias passe fome. Os Mercados autoregulam-se, sim, mas não de um dia para o outro. O monstro espera, enquanto está de barriga cheia, para ver o que acontece. E é nesse compasso de espera, que pode levar meses ou anos, que se vão destruindo vidas: em nome da manutenção de um sistema monstruoso que só alimenta regularmente um grupo restrito de cidadãos. É isto o liberalismo económico. É por isto que devemos manter a intervenção do Estado na economia. É por isto que devemos proteger serviços básicos (Saúde, Educação, Transportes, Informação) das privatizações.<br />
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Eu acredito na Democracia e sei que ela, na sua génese, deve ser defendida. Não mantida como exercício teatral, em que gestores se mascaram de políticos e fingem servir os cidadãos que governam, quando na verdade alimentam apenas certos interesses. É preciso defender a Democracia na plenitude do seu conceito, o poder do povo, uma democracia interventiva, participativa, com manifestações, greves, votos contra e a favor, com partidos políticos (sim! nascidos de movimentos da sociedade civil ou não, mas partidos políticos que visem, também eles, defender a Democracia); uma Democracia com oportunidades, que permite crescer a quem tem mérito para isso, mas também protege e ajuda os que têm maiores dificuldades... uma Democracia com Futuro e com tudo a que temos direito.<br />
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Por tudo isto é que devemos continuar na rua. O Governo procurou, com mais um passinho de dança, levar-nos a engolir medidas ainda mais gravosas que as que propuseram anteriormente. Continuamos reféns de um sistema económico que está a engolir o nosso sistema político. Vamos defender a Democracia, recusemo-nos a alimentar o monstro europeu (reminder: não sou comunista nem sonho com o desmantelamento da UE) que nos esmaga e impede de olhar o Futuro com alguma paz de espírito. Enquanto houver manifestações, sejam organizadas por quem for, que mostrem o nosso descontentamento ao mundo, eu mantenho: é marcar presença. </div>
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