No início há flores, jantares românticos, sorrisos idiotas, palavras carinhosas, passeios à beira mar. Mais lá para a frente surgem os primeiros solavancos e, se correr mal, azeda de vez.
Este era o percurso normal, achava ela.
Então, o que acontece quando, no início, não há nada? Não há prendas, não há promessas de amor impulsivas, não há a ânsia de se estar sempre juntinho, não há idas ao cinema, não há boas surpresas... nada. Mas depois, passados uns bons meses, isso começa a aparecer, devagarinho. Ele tapa-a com cobertores quando está frio e chama-a biscoito.
"Agora? Mas... eu agora já me tinha convencido de que isto não era sério. E.. e.. já me tinha mentalizado de que eras uma pedra.. e que não havia qualquer ligação entre nós... Agora? Eu já criei a carapaça protectora, que activei repetidamente, de todas as vezes em que dei e não recebi nada... eu pousei a picareta que usei todos os dias na tentativa de quebrar a parede e chegar a ti... eu aprendi a desligar.. eu endureci. Não sei se quero correr o risco de amolecer e mais tarde ser esmagada outra vez."
Será que ainda vai a tempo?
Eu sei que as pessoas têm ritmos diferentes, mas isto é ridículo.
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