sexta-feira, 30 de março de 2012

irmãos de sangue

Ontem quando saí do trabalho encontrei um coelho no parque de estacionamento. Vivo, entenda-se, aos pulinhos no meio da estrada. Há aqui vários. Aproximei-me dele (confesso que de telemóvel em punho para lhe tirar uma fotografia) mas apercebi-me então de que era cego, ou tinha ficado recentemente, já que o seu tamanho indiciava que não tinha acabado de nascer e duvido que, cego, durasse muito tempo por estas bandas. 

Fiquei sem saber o que fazer, perante aquele bicho completamente indefeso e senti-me bastante mal. Tentei direcioná-lo para fora da estrada - eu aproximava-me, ele ouvia e afastava-se - e ele lá acabou por ficar na zona verde (ervas e lixo) que rodeia o parque de estacionamento. Tive de me ir embora e construir na minha cabeça a ideia de que ele se tinha safado, que não ia voltar à estrada depois, nem acabar esborrachado no asfalto. É tão triste e solitário, morrer na estrada, sozinho, sem saber sequer o que lhes aconteceu. Fui para casa um bocado deprimida, com a situação mas também por outra coisa. 

É que vivemos tão mergulhados nas nossas vidas miseráveis - é carro, é casa, é contas, é crise, é corrupção, são os filhos que queríamos ter  e não dá jeito - que nem paramos para pensar no que é verdadeiramente importante: a base disto tudo, o Planeta a que pertencemos (não, não é "nosso"). Há ciclos intermináveis e fundamentais para a nossa sobrevivência que nos passam ao lado... ou seja, ainda há coelhos no meio desta epidemia de desenvolvimento e produtividade em que vivemos. A viver em rotundas e parques de estacionamento, mas ainda os há.

E é uma falta de respeito tão grande, esta nossa ousadia em ignorar tudo isso. Se calhar endoideci, mas sinto que devíamos voltar aos rituais de agradecimento pelas colheitas, aos ritos do Solstício e Equinócio, às grandes festas populares (que a Igreja se encarregou de apelidar de pagãs ou heréticas). 

Por um lado, serviriam para nos lembrarmos da nossa quase insignificância; serviria para pararmos umas quantas vezes por ano e nos recentrarmos, agradecermos, tomarmos consciência de que estamos aqui e agora neste Planeta, é um privilégio estarmos, e não temos o direito de ameaçar os outros que cá estão (sejam coelhos, baleias ou sobreiros) porque eles estão todos em pé de igualdade connosco. 

Por outro lado, estas celebrações serviriam para cultivar um maior sentido de união entre toda a Humanidade,  o reconhecimento de que somos mais pequenos do que a Natureza e iguais, nós humanos, na nossa pequenez. Falta-nos respeito e humildade. Todos nascemos ensanguentados, das entranhas das nossas mães - eu, os meus caríssimos leitores, todas as alminhas que povoam o Parlamento português, o Obama, o Hitler, a Merkel, todos - e todos vamos acabar a servir de comida para vermes ou, se tivermos sorte, para as flores que nesse terreno possam nascer. 

No fundo falta-nos reconhecer que somos todos seres deste mundo, todos iguais, e estamos cá para o mesmo: viver o tempo que nos couber de forma feliz e em paz. Gostava de saber o que aconteceria no mundo se, um dia, todos os "grandes", que nos representam e têm poder de decisão, tomassem verdadeira consciência (mas mesmo!) deste facto tão simples.

quarta-feira, 28 de março de 2012

nação deprimida

É enervante ver a forma como o povo português está a ser levado como uma manada de bois e vacas a caminho do matadouro. Lentos, pesados, sem ânimo, lá vamos nós: a troika a puxar, os ministros a lamber as beiças e a polícia a garantir que nenhum dos bovinos se arma em herói.

Tenho pena de não ter estado na manifestação que decorreu no Chiado. Não sei como reagiria na altura, mas provavelmente com a mesma surpresa incapacitante com que reagiram os manifestantes. Já não estamos habituados a levar porrada, é o que é. Muito menos da polícia. Isso são histórias antigas, de antes do 25 de Abril. Hoje vivemos em Democracia, somos todos civilizados, essas coisas já não acontecem. Pensávamos nós.

Mas em vez de raiva, ódio, revolta contra o que nos está a acontecer, parece que o sentimento generalizado é de tristeza. Andamos resignados, como se não acreditássemos sequer que merecemos melhor. "Cada Povo tem o Governo que merece", dizem. Pelos vistos, anos a ouvir frases como esta convenceram-nos de que, de facto, merecemos este estado de coisas. 

A nação anda com a auto-estima em baixo: somos os piores em tudo ou quase tudo e os melhores em coisas que não interessam nada; há corrupção, há desemprego, há miséria, há desigualdades; o futuro dos nossos filhos é negro. A nação está deprimida e, como tal, sente-se sem forças, não lhe apetece fazer nada. 

Políticas de repressão e medo ajudam à depressão. Mas também podem acabar por ter o efeito contrário. Se eu tivesse estado na manifestação do Chiado, teria reagido com a mesma surpresa incapacitante com que reagiram os outros. Mas não estive. E agora o factor surpresa desapareceu. Em futuras manifestações, aqueles que lá estiverem (incluindo eu) sabem ao que vão. Sabem que pode haver porrada.
 
A polícia pode sentir-se à vontade e  até muito confiante ao controlar um rebanho. Agora... uma manada de touros em fúria, armados com o que estiver mais à mão (ou até, quem sabe, uma guerrilha mais organizada para garantir que, por cada velha pontapeada, um polícia pega fogo) será bem mais difícil de controlar e de direcionar para o matadouro... Digo eu.

quinta-feira, 22 de março de 2012

control freaks

Razões que levam alguém a tentar controlar a vida dos que lhe são mais próximos, não necessariamente por esta ordem:

  1. Demasiado tempo livre.
  2. Incapacidade de se centrar na sua própria vida e repúdio pela auto-análise.
  3. Hábitos de megalomania e laivos de autoritarismo.
  4. Recusa em reconhecer os outros como pessoas independentes de si, com o direito de gerir as suas próprias vidas como bem entenderem.
  5. Porque os outros o permitem.

Querer controlar tudo é impossível, acreditem. Também eu já tentei e falhei. Não percam tempo com isso e tomem as rédeas da vossa própria vida, sim?

segunda-feira, 12 de março de 2012

coisas boas da vida #3

Mais um! Quando estamos bem dispostos devemos fazer listas de coisas que nos fazem felizes, para recorrermos a elas quando estivermos mal dispostos.. e ficar bem mais depressa.

Sem ordem específica, fora o primeiro.
  1. A minha mãe
  2. Boas memórias com velhos amigos
  3. As conversas com os meus pais
  4. Ter a casa toda limpa
  5. Ir ver o mar
  6. Passear no paredão
  7. Ir jantar fora
  8. A Sónia
  9. Ter ganho um pai que é um poço de cultura, histórias e ensinamentos
  10. Ter um bom emprego
  11. Serões de séries com mantinha
  12. Domingos à tarde
  13. A senhora dos bolos
  14. As tardes em que vejo o Mir a correr que nem uma seta pelos campos
  15. Sábados à noite
  16. O Tumblr como fonte de inspiração inesgotável
  17. O Mir a dormir com a cabeça numa almofada
  18. O piano
  19. Aprender coisas novas 
  20. Ser surpreendida com uma flor, um bilhete ou um email
  21. Ter o candeeiro arranjado
  22. Vaidades como maquilhagem, ténis, roupa nova, pintar o cabelo e afins
  23. Pipocas com sal, gomas e chocolates com recheio de caramelo
  24. Pensar em coisas boas antes de dormir e ao acordar
  25. Cantar no carro
Quais são as vossas coisas preferidas? Não é preciso contarem-me tudo... digam só uma ou duas.

quinta-feira, 8 de março de 2012

a típica namorada chata

Hoje é o Dia da Mulher, mais uma efeméride ;) que servirá para nos lembrarmos da importância de determinadas eventos ou pessoas, já que em dias "normais" não nos lembraríamos. Mas não vou aqui dissertar sobre a importância das efemérides (deixo essa difícil tarefa para outro senhor), mas sim falar-vos de um estereótipo que este vídeo me suscitou.

A típica mulher, aparentemente, é a que precisa de ouvir certas coisas para lidar com os seus dramas pessoais de insegurança, ciúme e medo do abandono. É aquela que gosta que a elogiem e que vão com ela aqui e ali, aquela que não gosta de ser contrariada e precisa de sentir que é a única no mundo para o seu parceiro, aquela que gosta de ver que está no topo das prioridades dele, se não for como número 1, nem que seja como número 2 ou 3, a seguir ao futebol e à mãe dele e com azar é o número 4, a seguir ao futebol, à mãe e aos amigos. Isto é tudo verdade.

O problema é que, aparentemente, a típica mulher é apresentada como a típica namorada chata como tantas vezes já ouvi dizer. Bem sei que esta música é humorística, feita com base num estereótipo, e que os estereótipos dão vontade de rir. Mas também sei que por trás de um estereótipo está um sentimento de verdade - aliás, a piada é essa, é ouvir aquilo e pensar "olha que giro, é que é mesmo verdade!". A "verdade" de um grupo de pessoas em relação a outro. Neste caso, dos homens em relação às mulheres.

Portanto, meus amigos, devo dizer que se, de início, a música me deu vontade de rir, nos minutos seguintes perdeu a piada toda. Porque para muitos homens, que vão ouvir aquilo, as mulheres são, regra geral, umas chatas. Assim como "os pretos são, regra geral, burros" ou "os gordos são, regra geral, grandes preguiçosos" ou "os ciganos são, regra geral, violentos".

E acho que este sentimento, de que as Mulheres são umas chatas, está na base do falhanço de grande parte das relações que vejo espatifarem-se à minha volta. O individualismo dos homens da minha idade (e cá estou eu a generalizar um bocadinho) associado a uma enorme imaturidade - em que homens de 30 anos vivem para as saídas à noite, os jogos de futebol e os amigos - destrói qualquer relação, por menos "chata", ou mais "atípica" que seja a namorada.

Obviamente que este texto não vem exigir (nem poderia) aos homens nenhum tipo de castração como o deixar de ir ao futebol ou deixar de sair com os amigos. Ninguém vos pode exigir que deixem de ser quem são. Mas é um alerta para as prioridades, um alerta para o preço (demasiado alto, para alguns) que terão de pagar pela vossa imaturidade, por esse desejo de permanecerem Peter Pans e por essa recusa em perceber e aceitar coisas tão simples como as implicações normais que advêm de qualquer relação entre  pessoas adultas.

Já vi algumas boas relações definhar e morrer por causa disso... algumas de pessoas da blogosfera que, possivelmente, até vão ler isto. E tudo porquê? Para quê? Para que os Romeus possam reafirmar a sua masculinidade? Os verdadeiros "homens" sabem que as namoradas são umas chatas e por isso não se deixam subjugar por elas? É isso que estão a tentar provar, afirmando-se num Eu que esmaga o outro?

Enfim. Esta música é uma lamentável demonstração do machismo e imaturidade dos homens da minha idade (crucifiquem-me). E o mais grave é que a maioria dos homens (e mulheres) não o vão interpretar assim. Até parece que os estou a ver, o casalinho de manhã no carro, na fila para o trabalho, a ouvir a música e a comentar um para o outro. Ela, a rebentar de inseguranças: "Tão giro! Somos tão chatas amor, não somos? Mas tu gostas de mim na mesma não gostas? Hihihi". Ele, a rir: "Que remédio!" E assim se espeta outra farpa e lá vai ela calada o resto da viagem, a matutar no seu rabo grande ou na nova amiga do Facebook dele.

Em resumo, deixo-vos um desafio. Se forem daqueles que vêem a vossa mulher como a típica namorada chata, façam a vós próprios uma pergunta: quando foi a última vez no vosso relacionamento que a fizeram sentir-se especial? E têm a certeza de que conseguiram fazê-la sentir-se especial? É que uma mulher que se sente amada, protegida, verdadeiramente especial e diferente de todas as outras para o seu parceiro... não é chata. Garanto-vos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

paixões e revoluções

Ir a um concerto de Metal pode ser uma experiência enternecedora. Descobri isso este sábado, quando fui ver Shadowsphere ao S.Jorge (a primeira vez que tão digno espaço nos recebeu, aos guedelhudos vestidos de preto). Experiência enternecedora mais por culpa dos Bless The Oggs, a banda de abertura, do que propriamente dos experientes Shadowsphere. Ou mais por culpa até do público presente, do que da banda de abertura. 

Foi um concerto familiar, de netos e avós. De facto, a avó foi das primeiras pessoas em que reparei quando entrei na sala escura e ainda quase vazia. Quando começou o barulho, lá estava ela, em pé, a ver o presumível neto em palco e a pensar sabe deus o quê destes rituais de chinfrineira e cabelos a voar. Imaginei o que estaria a pensar e a sentir esta avó acerca desta realidade tão diferente das matinés dançantes, ou bailaricos populares do seu tempo. Afinal de contas, este também é o seu tempo (como diria uma pessoa que eu conheço). Mas como viverá ela esta passagem do tempo?

A par da avó, havia também uma presumível filha de um dos músicos em palco. Com os seus 10 anos? e de ouvidos protegidos pelas mãos da mãe, batia o pé e cantava em inglês a gritaria quase indecifrável da banda do pai.  Ou seria do irmão mais velho? Não interessa. Passei metade do concerto a pensar em como esta era uma experiência familiar, e ainda bem.

A outra metade do concerto passei-a a observar um dos guitarristas dos Bless The Oggs, um rapazola de óculos e cabelo encaracolado que personifica tudo aquilo que é o Metal (ou o Rock em geral), e ainda bem. Não sei se foi o seu aspeto desajeitado de adolescente a passar pela puberdade. Não sei se foi dos óculos, ou de ele estar a passar a "fase má" do cabelo - aquela em que o começam a deixar crescer e parece sempre que têm a cria de um animal peludo a viver em cima da cabeça (nuns dias mais aninhadinha, noutros mais irrequieta). 

Se calhar foi tudo isto ao mesmo tempo, mas a verdade é que o concerto foi uma experiência enternecedora. Com o seu ar de geek, cabelo pavoroso e óculos à cromo, ele estava a viver a sua paixão. Provavelmente é gozado na escola, mas o Metal é isso mesmo, ser-se aquilo que se quer ser e viver a sua paixão, seja de cabelos em fase má, corpetes pirosos ou botas que pesam 5kg. E ninguém tem nada com isso! Até porque, com os seus cabelos brancos, tosse cavernosa e olhos a brilhar por detrás dos óculos espessos, a avó também viveu um bocadinho ali, ao ver o neto em palco. E a miúda também. 

É uma pena que este tipo de união, que se sente em torno destas experiências de entretenimento e que também já senti no Wacken não se sinta, ainda, em relação a outras realidades de Portugal. Aos concertos e ao futebol vão avós, filhos e netos. Mas porque não nos unimos nós em torno daquilo que realmente pode mudar a nossa vida? Sim estou a falar de revolução outra vez. Será que a revolução já não nos apaixona? 

sexta-feira, 2 de março de 2012

stay-at-home-mom

Ultimamente ando com uma vontade enorme de me tornar dona de casa. Isto pode parecer ridículo, mas imaginem: ficar em casa, ter tudo limpo e arrumado, dedicar-me às tarefas domésticas, fazer bolos com enfeites maravilhosos, receber visitas ao lanche, experimentar decorações diferentes, criar livros de recortes e álbuns de fotografias, passar tempo com os filhos (ainda inexistentes) e ainda ter tempo para me dedicar a outras coisas, como este blog e afins... tudo isto parece-me tão apetecível, que começo a amaldiçoar a emancipação da mulher.

Acho que se a Internet tivesse chegado às massas nos anos 20, a minha vida seria completamente diferente... e provavelmente melhor. Já nenhuma mulher teria tido a epifania "tenho o direito a uma carreira de sucesso, tal como os homens", que, mal sabiam elas, seria o equivalente a "toca levantar-me todos os dias de manhã e fazer o percurso casa-trabalho, para ficar 8 horas por dia sentada em frente ao computador, porque isso é que é  ser-se independente e bem sucedido". Que raio de ideia.

Enfim... a minha mãe vai odiar este post. 

quinta-feira, 1 de março de 2012

a estrutura informal

O meu pai desde há muito tempo me ensinou o conceito de "estrutura informal" numa empresa. E o que será isso, perguntam vocês os meus dois ou três caríssimos leitores? Pois bem, assim como existe uma estrutura formal, de chefes, sub-chefes e empregados, uma hierarquia empresarial baseada em regras e num código de ética, escrito ou implícito; também existe uma estrutura informal, baseada em duas coisas muito simples: a popularidade e a coscuvilhice.

Em todas as empresas em que trabalhem, por mais pequena ou maior que ela seja, vocês vão encontrar uma estrutura informal. Umas vezes mais bem escondida, em conversas de cigarro ou café, noutras bem à vista de todos, incluindo cisões em grupos distintos, ao estilo dos gangs de prisão, em que a hostilidade entre uns e outros é mais notória e a tensão sente-se no ar.

Se é inevitável encontrar a estrutura informal ou por vezes ir de encontro a ela, o melhor é estarmos preparados. Como? Aplicando uma regra que sempre me ensinaram também (e que aprendi por experiência própria): saber o menos possível e, quando não formos capazes de nos proteger e nos atiram com um rumor para cima, não abrir a boca por nada deste mundo. Simples de memorizar, mas difícil de pôr em prática. Porque a estrutura informal é como um polvo que nos envolve e é preciso muita ginástica para não chegarmos ao fim do dia com uma série de tentáculos presos a nós.

Outra forma de nos mantermos mais ou menos à parte da estrutura informal é nunca nos esquecermos da nossa "máscara" em casa. Todas as pessoas usam máscaras no dia-a-dia e no trabalho elas são mesmo essenciais: é um meio em que vamos encontrar pessoas muito diferentes de nós e por vezes muito pequeninas e com frustrações muito grandes e não sabemos como elas podem reagir a essas diferenças. O que não faria grande mal, não fossemos nós obrigados a passar 70% do tempo das nossas Vidas com eles/as. Por isso vos digo caríssimos dois ou três leitores: usem e abusem da vossa máscara de trabalho.

E o que é isso da máscara? É aquilo que optamos por mostrar: em primeiro lugar, o que vestimos (porque é aquilo que toda a gente vê, mesmo que nunca fale connosco na vida), depois o que fazemos no local de trabalho, o que dizemos e a forma como o dizemos... claro que às vezes lá sai uma disparada que não conseguimos controlar, mas pronto. 

E dizem vocês "Ah e tal mas isso não é ser verdadeiro." Desculpem lá... Eu não sou, de todo, a mesma pessoa no trabalho e fora do trabalho. Eu sou todas as minhas máscaras: no trabalho, em frente aos meus pais, com os meus amigos, com o meu namorado, com desconhecidos ou recém-conhecidos, com homens e com mulheres. Tenho máscaras para tudo isso e sou tudo isso. 

Isso não é ser menos verdadeiro... neste caso é, e perdoem-me o auto-elogio, ser bastante inteligente.