"Se as eleições fossem hoje, o centro-direita leia-se PSD reuniria mais de metade das intenções de voto". Faz-me impressão a cambada de débeis mentais que constitui a nossa sociedade. As intenções de voto são determinadas por um único factor: o ódio que têm nesse momento contra o partido que governou anteriormente.
E assim continuaremos.
Fala-se numa grande união da Esquerda, e na minha opinião essa é a única hipótese para algum dia termos no poder um partido que não seja o PS ou o PSD. Só assim o número de votantes de Esquerda poderia ultrapassar o dos acéfalos responsáveis pela manutenção desta rotatividade.
Mas uma união entre partidos de Esquerda implica necessariamente que alguns princípios ganhem em relação a outros. Que nasça uma ideologia com opiniões, propostas e perspectivas variadas, daqui e dali. Qual seria o resultado desse casamento? Qual o peso de cada partido no novo "filhote"?
Estaria o PCP disposto a dissolver-se em algo um pouco diferente do "extremismo" da ideologia que o inspira (e que assusta a generalidade das pessoas)? Ou o BE e os Verdes, por exemplo, dispostos a aproximarem-se dessa mesma ideologia?
Parece-me que lhes falta a todos os intelectuais de Esquerda alguma humildade para que isto possa acontecer.
Desculpem o devaneio mas isto fez-me lembrar dois colegas de um Workshop que ando a fazer, na área do cinema. Tivemos a tarefa de escrever uma história, dois a dois, com base em personagens que nos foram distribuídas. Estes dois colegas são os únicos do Workshop que são mesmo licenciados na área de Cinema. E foram os únicos que não conseguiram trabalhar em conjunto: apresentaram duas histórias individuais, porque não conseguiram descer do seu pedestal de cineasta e aceitar misturar o seu génio cinematográfico um com o outro. O resultado de ambos foi lamentável, deixem que vos diga. As piores histórias da turma.
Serão os partidos de Esquerda capazes de descer do seu pedestal? De aceitar que as suas ideias não são sagradas nem estão escritas na pedra e que podem vir a ganhar muito com a intervenção de outras pessoas? Seriam eles capazes de abdicar de certas opiniões para criar algo totalmente novo, bonito e, quem sabe, revolucionário (no sentido não assustador da palavra) para o nosso país? E de preferência não um monstro.
E assim continuaremos.
Fala-se numa grande união da Esquerda, e na minha opinião essa é a única hipótese para algum dia termos no poder um partido que não seja o PS ou o PSD. Só assim o número de votantes de Esquerda poderia ultrapassar o dos acéfalos responsáveis pela manutenção desta rotatividade.
Mas uma união entre partidos de Esquerda implica necessariamente que alguns princípios ganhem em relação a outros. Que nasça uma ideologia com opiniões, propostas e perspectivas variadas, daqui e dali. Qual seria o resultado desse casamento? Qual o peso de cada partido no novo "filhote"?
Estaria o PCP disposto a dissolver-se em algo um pouco diferente do "extremismo" da ideologia que o inspira (e que assusta a generalidade das pessoas)? Ou o BE e os Verdes, por exemplo, dispostos a aproximarem-se dessa mesma ideologia?
Parece-me que lhes falta a todos os intelectuais de Esquerda alguma humildade para que isto possa acontecer.
Desculpem o devaneio mas isto fez-me lembrar dois colegas de um Workshop que ando a fazer, na área do cinema. Tivemos a tarefa de escrever uma história, dois a dois, com base em personagens que nos foram distribuídas. Estes dois colegas são os únicos do Workshop que são mesmo licenciados na área de Cinema. E foram os únicos que não conseguiram trabalhar em conjunto: apresentaram duas histórias individuais, porque não conseguiram descer do seu pedestal de cineasta e aceitar misturar o seu génio cinematográfico um com o outro. O resultado de ambos foi lamentável, deixem que vos diga. As piores histórias da turma.
Serão os partidos de Esquerda capazes de descer do seu pedestal? De aceitar que as suas ideias não são sagradas nem estão escritas na pedra e que podem vir a ganhar muito com a intervenção de outras pessoas? Seriam eles capazes de abdicar de certas opiniões para criar algo totalmente novo, bonito e, quem sabe, revolucionário (no sentido não assustador da palavra) para o nosso país? E de preferência não um monstro.
Duvido. Mas era muito fixe.