quinta-feira, 6 de novembro de 2008

young hearts: run free...

mesmo

Em dias de reVolução, apetece-me escrever sobre Julieta. Sobre como as borboletas nas barrigas de uns são facadas nos estômagos de outros, enquanto ainda outros assistem, impotentes. O Ca diz que a juventude de hoje é demasiado dramática... e de facto é. Vivemos amores e desamores como se de óperas se tratassem, histórias insignificantes assumem proporções avassaladoras, encontros fortuitos são contos de fadas. Porquê?

Por que razão encaramos com tanto receio o abandono? Ouvimos em pânico as histórias alheias, fazendo por acreditar que tal nunca nos vai acontecer, que a solidão nunca vai conseguir esticar os seus dedos magros até nós...

Na minha opinião, porque o Homem perdeu de tal forma a sua noção de ser social, parte de um todo (esse sim, importante) e está de tal forma centrado em si mesmo que... simplesmente baralhou tudo. Nunca estivemos tão perto dos nossos entes queridos, a toda a hora, e no entanto tão isolados. Cegos pela exigência de sermos aceites pelo que temos e não pelo que somos. Perdidos no meio de tanta tentativa de nos descobrirmos por via do que temos. De preencher o vazio de uma existência com a compra de mais um par de ténis.

Mais uma vez repito o que Alguém me ensinou. Se investíssemos mais na alma (leia-se intelecto) e menos na aparência éramos infinitamente mais felizes. Se não desprezássemos a velhice, se não venerássemos a juventude, as mamas grandes, os dentes brancos, os músculos perfeitos... éramos melhores!

Como é que nos deixámos cair nisto?

E eu que só queria falar da Julieta...

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