Campas visitadas e tragicomédias na Comuna serviram para me lembrar mais uma vez de que daqui a uns anos na melhor das hipóteses porque destas coisas ninguém sabe estamos todos a fazer tijolo. Principalmente quando a campa nunca tinha sido visitada antes, em quase 20 anos, e quando lá chegamos temos a sensação de que já fomos tarde, ele já partiu e, mais uma vez, não houve adeus nem pedido de desculpas.
O que acontecerá nesse momento em que fechamos os olhos? Será uma eternidade de vazio, um sono sem sonhos, não confortável mas dormente, a ausência de tudo, o nada, o nunca... para sempre? Ele contou à minha mãe que viu um túnel e uma luz lá ao fundo, quando teve um dos acidentes. Será que é mesmo assim? Espero que sim.
E espero que continuemos eternamente, sob uma forma qualquer, que haja qualquer coisa, que tudo isto não seja um enorme desperdício. Porque é isso que me faz confusão: tantas emoções, tantas experiências, tantas memórias, tantos sabores, construções, histórias, avanços e retrocessos, tantas lições... e para quê? Para depois acabar tudo num nada infinito, desperdício eterno?
Custa-me a acreditar que assim seja. A natureza é demasiado perfeita para tamanho absurdo. Tudo se recicla, até nós how they survived so misguided is a mistery aprendemos a reciclar, como o chimpanzé do anúncio. As almas também têm de se reciclar, só pode.
Mas agora com a clonagem e coisas que tais tudo fica mais difícil... será que um ser fabricado geneticamente tem alma? Isso veio complicar tudo na minha cabeça, ainda mais.
E outra coisa que me faz muita confusão é ver e viver que há pessoas como eu que perdem tempo a pensar nisto, neste dilema que nunca há de ter resposta. Nunca. Mas pensam e repensam na morte, todas as semanas. Na sua morte, na morte da mãe, na morte do pai, na morte do cão, na sua morte outra vez. E pensam no medo e têm medo mas felizmente já não têm medo de ter medo.
E sentem-se idiotas por estar a perder tempo da sua vida... a pensar na morte.
O que acontecerá nesse momento em que fechamos os olhos? Será uma eternidade de vazio, um sono sem sonhos, não confortável mas dormente, a ausência de tudo, o nada, o nunca... para sempre? Ele contou à minha mãe que viu um túnel e uma luz lá ao fundo, quando teve um dos acidentes. Será que é mesmo assim? Espero que sim.
E espero que continuemos eternamente, sob uma forma qualquer, que haja qualquer coisa, que tudo isto não seja um enorme desperdício. Porque é isso que me faz confusão: tantas emoções, tantas experiências, tantas memórias, tantos sabores, construções, histórias, avanços e retrocessos, tantas lições... e para quê? Para depois acabar tudo num nada infinito, desperdício eterno?
Custa-me a acreditar que assim seja. A natureza é demasiado perfeita para tamanho absurdo. Tudo se recicla, até nós how they survived so misguided is a mistery aprendemos a reciclar, como o chimpanzé do anúncio. As almas também têm de se reciclar, só pode.
Mas agora com a clonagem e coisas que tais tudo fica mais difícil... será que um ser fabricado geneticamente tem alma? Isso veio complicar tudo na minha cabeça, ainda mais.
E outra coisa que me faz muita confusão é ver e viver que há pessoas como eu que perdem tempo a pensar nisto, neste dilema que nunca há de ter resposta. Nunca. Mas pensam e repensam na morte, todas as semanas. Na sua morte, na morte da mãe, na morte do pai, na morte do cão, na sua morte outra vez. E pensam no medo e têm medo mas felizmente já não têm medo de ter medo.
E sentem-se idiotas por estar a perder tempo da sua vida... a pensar na morte.
5 comentários:
A morte faz parte da vida e não é por isso que ela, a vida,é menos deliciosa. Há que saborear a vida, como um daqueles gelados de limão, acre-doces.
A Morte Não Interrompe A Vida
Já tinha lido este texto há algum tempo e vontade de comentar.Foi preciso a morte de José Saramago e a ida ao enterro,para que emergisse das gavetas da cabeça,o que sei há muito tempo.
Heráclito,Lavoisier e sei lá doutros,afirmaram que nada morre tudo se transforma,que,digo eu,a vida e a morte são fases dum único processo,o da transformação contínua da matéria.Acontece é que o desconhecido da morte,além de assustar muita gente,diria mesmo toda a gente,suscitou sempre as mais fabulosas construções filosóficas,teológicas e por aí fora.
Ao olhar o fumo que saía da chaminé do crematório do Alto de S.João,que com as cinzas remanescentes,constituem uma fase mais da transformação contínua e eterna de Saramago,relembrei que o que vem da Terra a Ela volta,e Dela emergirá.
Relembrei também que, as memórias daqueles que vão para outra fase,ao ficarem connosco pela vida, conferem essa eternidade aos que não estão aqui,mas estão.E isto é uma sensação muito reconfortante para mim ,e espero que para ti também.
Transformer
Talvez por não ter quase memórias nenhumas daquele que já partiu, alguém (supostamente) muito importante e muito próximo de mim, eu não sinta essa sensação de conforto. Mas é um pensamento reconfortante, sim. E dá-nos vontade de deixar marcas mais poderosas por cá, que garantam a nossa presença por mais tempo. Fazer História, talvez... desejo demasiado ambicioso, quem sabe.
Está ao alcance de cada um fazer História,como tu dizes.
Dependerá da marca que conseguires imprimir no e naqueles que te acompanham e acompanharão.Não falo só das grandes realizações - de que tu és capaz,tens tudo para que aconteçam - mas das quotidianas,as que vêm na rotina do dia a dia.A vida não é,um desfilar contínuo de grandes acontecimentos,a maioria nem nunca os conhecerão,mas a marca pode lá estar.
Trata-se de fazer a diferença,mesmo que não venha nos telejornais... felizmente.
Bitransformer
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