segunda-feira, 9 de abril de 2012

fake del rey?


Falemos da muy recente estrela de pop alternativo (ou o que lhe queiram chamar), Lana del Rey. Está envolta em polémica por anteriormente se ter apresentado sob o nome Lizzy Grant e, devido ao fracasso do "pacote", se ter reapresentado depois, já como Lana e com novo visual pós-cirurgias-plásticas, esse sim, muito apelativo.

Sentindo-se ultrajados, os fãs da "falecida" Lizzy Grant, que pelos vistos se evaporou da mediaesfera na expectativa de ser esquecida, afirmam que Lana é uma fabricação, um produto de mercado, pensado e calculado para pressionar todos os botões certos e gerar milhões. Cara angelical, corpo pecaminoso, numa mistura de white-trash-trailer-park com musa glamourosa dos anos 50 - foi o que bastou para que o público se rendesse a esta "nova" cara e voz. 

Antes vista como uma cantora melancólica, talvez com demasiadas metáforas para um público pouco fã de interpretações difíceis, Lana expressa agora as mesmas metáforas em videoclips bem construídos (geniais, por sinal), que tornam tudo muito mais fácil de entender e muito mais vendável. 

Mas o que me levou mesmo a escrever este post foi o facto de ter lido, num outro blog que sigo, o seguinte: "Algumas pessoas dizem que sua imagem foi criada para ter sucesso, mas honestamente não importa se é real ou não.". Não importa se é real ou não? 

Eu, confesso, sou fã de Lana del Rey. De Lizzy Grant também, ouvi a maioria das suas músicas no YouTube e considero-as (naturalmente) ao mesmo nível das de Lana. Algumas até com uma profundidade que me tocou de forma mais especial. Mas faz-me confusão esta sua transformação. Concordo que é uma fabricação, ou pelo menos parece (a rapariga pode simplesmente ter achado que o look antigo já não dava com nada e ter decidido mudar, a título pessoal, sem implicações comerciais).

Mas nos tempos que correm, esta frase assustou-me um bocadinho. Não importa se é real ou não? Então o que é que importa neste mundo? Estaremos nós assim tão desligados da realidade? É o derradeiro engana-me que eu gosto? Manipulem-me que eu gosto? Alimentem-me de mentiras que eu gosto? No tempo em que ouvia as Spice Girls, isso ainda era aceitável - tínhamos 10 ou 12 anos, queríamos lá saber se as estrelas que adorávamos eram uma fabricação, pensada especialmente para que todas as rapariguinhas se pudessem identificar com uma das 5 cantoras - a desportista, a inocente, a selvagem, a chique ou a provocante... 

Agora, aos 20 e muitos, e tendo em conta o público-alvo de Lana del Rey... não são rapariguinhas de 12 anos de certeza... ou serão? Em todo o caso, isto começa a ser um bocado preocupante.

2 comentários:

Anónimo disse...

Estava mesmo tentado a pôr-me filosófico em relação ao que é a realidade... mas vou resistir... :P
Neste caso penso que a Lana é tão real como a Lizzy. São personagens.

Mas se importa o que é real, claro que acho que importa! Por muito que eu goste de uma determinada marca de roupa, porque é bonita ou porque me fica muito bem, não vou comprar se souber que é feita por crianças. Não sei se me faço entender...


N.N.

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Eu gosto dela, mas em versão estúdio, porque ao vivo não canta uma beata. É sim, uma personagem feita...como tantas outras.