quarta-feira, 6 de março de 2013

o mandato invisível

Acho extraordinário (e exasperante) que o Presidente da República, perante a crise, o desemprego, a insatisfação, as grandoladas, o BPN, o coelho enforcado e agora uma manifestação que mobilizou um milhão e meio de Portugueses, não esboce a menor reação. Não sai de casa, não faz uma declaração ao país, não dissolve a AR (seria pedir demais), não condena, não aplaude, nada. 

É um boneco de cera que já se demitiu, sem se demitir, há meses. Estará doente? Cansado? Aterrorizado? Esta é a apoteose de um mandato invisível, ainda mais que o anterior, em que Cavaco age perante os cidadãos como o bibelot do País, uma figura de madeira fria, intocável no seu recolhimento e, o que eu acho verdadeiramente gritante no meio disto tudo, completamente insensível perante o sofrimento dos que o elegeram. 

A atitude de Cavaco só mostra uma coisa: nojo pelos Portugueses. Não há ali uma réstia de calor, humanidade, não há preocupação, nem mesmo pena. Não há ali nenhum sentimento que possa levá-lo a agir. Só há nojo, medo e desinteresse, há apertos de mãos ao povo lavados a desinfectante em gel na segurança do seu Mercedes.

Assim não, senhor Presidente, assim não. 

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